O Chile anunciou nesta quinta-feira (1) que “suspendeu indefinidamente” sua participação no processo de diálogo entre o governo e a oposição da Venezuela. O país considera que surgiram obstáculos que impedem a garantia de eleições democratas, assinalou o subsecretário das Relações Exteriores, Edgardo Riveros.

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Na quarta-feira, a Chancelaria chilena adiantou sua intenção de deixar o diálogo caso não fossem dadas as condições para assegurar eleições transparentes, enquanto transcorria a quinta rodada de negociações, finalizada sem um acordo na República Dominicana. As práticas seguirão agora por alguns dias em Caracas.

“O governo do Chile suspendeu indefinidamente sua participação como acompanhante do diálogo governo-oposição” da Venezuela, disse Riveros, em um áudio divulgado a jornalistas.

“Surgiram obstáculos para alcançar um acordo sério e crível entre as partes, e que possibilite a realização das eleições presidenciais com essas características que assinalamos – livres e democráticas”, adiantando o distanciamento do Chile, assegurou.

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Na semana passada, o México – garantidor da oposição junto com o Chile – anunciou em Santiago a sua retirada do processo em rechaço ao adiantamento das presidenciais pelo governo de Maduro.

Apesar de seu afastamento, o Chile assegura que continuará à espera de possíveis avanços. “A expectativa é que se possa chegar a construir um acordo para realizar essas eleições com parâmetros democráticos”, acrescentou o diplomata chileno.

No último dia de negociações fora da Venezuela, o presidente dominicano anunciou na quarta-feira que restavam “assuntos pendentes” e que o diálogo continuaria em Caracas.

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Após o anúncio, o principal delegado do governo venezuelano, Jorge Rodríguez, assegurou que havia sido assinado um “pré-acordo”, mas o chefe dos negociadores da oposição negou este avanço.

Paralelamente às negociações, Maduro se prepara para oficializar sua candidatura às presidenciais, enquanto a oposição ainda não definiu a forma de escolher seu candidato e permanece em dúvida sobre a maneira como seus partidos estarão habilitados para ir às urnas.

* AFP