A Chancelaria chilena reativou um pedido de extradição do ex-oficial Pedro Pablo Barrientos Núñez, nos Estados Unidos desde 1989, acusado de ser o autor material do crime do afamado folclorista Víctor Jara em 1973, disse neste sábado (7) o chanceler chileno, Roberto Ampuero.
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O Chile pediu em 2014 oficialmente aos Estados Unidos a extradição de Barrientos, mas a demanda permanece sem resposta.
“O Ministério chileno de Relações Exteriores enviou aos Estados Unidos os antecedentes que permitem substanciar o pedido de extradição”, disse o chanceler Ampuero em um vídeo difundido pela chancelaria chilena.
“Trata-se de um caso particularmente emblemático para o nosso país, pois estamos falando de Victor Jara, um artista de enorme influência na cultura chilena e latino-americana”, acrescentou o ministro.
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Em um julgamento civil, um tribunal federal americano declarou, em junho de 2016, o ex-oficial chileno responsável pelo assassinato de Víctor Jara, e ordenou que pagasse 28 milhões de dólares em compensação a sua família.
Jara, membro do Partido Comunista, foi detido na Universidade Técnica do Estado, onde era professor, um dia depois do golpe de Estado que derrubou o governo do socialista Salvador Allende e instalou a ditadura de Augusto Pinochet.
A reativação do pedido de extradição de Barrientos segue a decisão emitida na terça-feira pelo juiz chileno Miguel Vázquez, que condenou nove militares reformados pelo assassinato do folclorista.
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De acordo com os resultados da exumação, o corpo de Jara tinha 44 tiros.
“Sem dúvida esta sentença é uma derrota para os que querem negar a história e um duro golpe à impunidade. Mas também é certo que uma condenação que chega depois de 45 anos dificilmente pode ser considerada justa”, disseram em uma declaração pública, neste sábado, a viúva do cantor e compositor, Joan Jara, e suas filhas Manuela e Amanda.
A família do cantor e compositor anunciou, no entanto, que sua luta por justiça “não acaba aqui”.
“Restam vários processos judiciais que enfrentaremos com a mesma convicção de sempre para que haja justiça”, acrescentaram na declaração.
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* AFP