O ex-comandante do Exército chileno Juan Emilio Cheyre foi detido nesta quinta-feira sob a acusação de encobrir o caso conhecido como “Caravana da Morte”, envolvendo a execução de 75 opositores dias após a instalação da ditadura de Augusto Pinochet, em 1973.

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Cheyre, que comandou o Exército chileno entre 2002 e 2006, foi preso em um processo que envolve outros oito acusados, por decisão do juiz Mario Carroza, informou o Poder Judiciário.

“Ministro Mario Carroza processa o general reformado Juan Emilio Cheyre e outras oito pessoas pelo caso Caravana da Morte”, informou o Judiciário no Twitter.

Fontes judiciais confirmaram à AFP que Cheyre é acusado de “encobrir” o homicídio de 15 das 75 vítimas da passagem de uma caravana militar por um regimento da cidade de La Serena, no norte do Chile.

Os demais acusados também estão detidos.

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O general Cheyre, que durante seu comando reconheceu a responsabilidade do Exército nas violações dos direitos humanos durante a ditadura de Pinochet, está detido em uma unidade militar no leste de Santiago.

“O mais doloroso é que estamos falando de um comandante do Exército em transição que foi responsável por crimes contra a humanidade”, disse Lorena Pizarro, presidente do Grupo de Familiares de Detidos-Desaparecidos.

O caso “Caravana da Morte” é um dos episódios de violação dos direitos humanos mais emblemáticos do Chile. Dias após a instalação da ditadura de Pinochet, em setembro de 1973, uma missão militar percorreu várias cidades do Chile para deter e executar opositores de forma sumária.

Pinochet foi colocado sob prisão domiciliar por este caso, mas a defesa alegou demência e o general acabou não sendo condenado.

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Os 17 anos de ditadura militar no Chile deixaram mais de 3.200 vítimas, entre mortos e desaparecidos.

pa/af/lr