O candidato presidencial Sebastián Piñera prometeu nesta quinta-feira, no encerramento da campanha presidencial no Chile, governar para a classe média, enquanto seu principal adversário, Alejandro Guillier, disse que defenderá o legado da presidente socialista Michelle Bachelet.

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Os dois candidatos lideram as pesquisas para o primeiro turno, no próximo domingo.

“Quero ser o presidente da unidade, da classe média, das crianças e dos adultos, das regiões e do mundo rural”, disse Piñera, que lidera as pesquisas com 34,5%, no comício realizado no parque Renato Poblete, em Santiago.

Apesar da vantagem, a possibilidade de uma vitória de Piñera no primeiro turno é pequena, já que os votos estão fragmentados com oito candidatos na disputa.

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Cercado pela mulher, os quatro filhos, netos, prefeitos e representantes do Movimento Chile Vamos, Piñera prometeu criar o ministério da Família e do Desenvolvimento Social para tornar o Chile o melhor país para “nascer, crescer, estudar, trabalhar, formar família e envelhecer”.

“Dá a impressão de que, as vezes, na política chilena sobram esquerdas e direitas e faltam profundidade e altura”, disse o ex-presidente (2010-2014), que busca se livrar da fama de governar para os mais ricos, como ele, cuja fortuna é avaliada em 2,7 milhões de dólares.

Sob o lema “Tempos Melhores”, o empresário prometeu “transformar o Chile em um país desenvolvido, com oportunidades para todos e sem pobreza para ninguém”.

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Em outro comício, a poucos quarteirões do Palácio de La Moneda, sede da presidência, Guillier defendeu o legado de Bachelet, em particular as reformas sociais do atual governo.

“A história demonstrará que foram tomadas decisões corretas”, disse Guillier ao lado de vários ministros.

Com 15,4% das intenções de voto, Guillier reafirmou sua promessa de aprofundar a reforma educativa de Bachelet, ampliando a gratuidade no ensino superior de 260 mil estudantes para cerca de 450 mil estudantes.

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O candidato governista também prometeu avançar no processo de reforma da atual Constituição – herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) – e eliminar a lei que vincula altas verbas às Forças Armadas.

“Quero dizer à direita que nossos povos nativos não são terroristas”, declarou o senador por Antofagasta (norte), em referência à luta das comunidades mapuches para recuperar suas terras ancestrais.

– Baixa adesão –

A nova lei eleitoral, que impediu a publicidade nas ruas e limitou os gastos de campanha, provoca dúvidas sobre o comportamento dos eleitores e aponta para uma elevada abstenção, em um país onde o voto é facultativo desde 2012.

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Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) alerta para a baixa participação eleitoral, devido ao “descontentamento dos cidadãos com as eleições, um problema que se arrasta desde a década de 1990, mas que aumentou desde que o voto passou a ser facultativo”.

No Chile “existe um distanciamento entre a população e a política” e o mal-estar aumentou com os “problemas de corrupção e a queda de confiança” nas instituições, destaca o informe.

Nos últimos anos, casos de financiamento irregular na direita e na esquerda minaram a confiança dos chilenos na política. A situação piorou depois que a nora de Bachelet foi processada por um caso de corrupção.

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* AFP