Com a chegada do verão, o governo de Santa Catarina está fazendo uma ação de prevenção à gripe aviária em pontos de grande circulação turística no Estado. A preocupação é de que o vírus chegue por meio de produtos contaminados, se prolifere e coloque em risco a produção de frango no Estado — o segundo maior produtor e exportador de carne de aves do Brasil.
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Detectado no Brasil pela primeira vez em maio deste ano, o vírus da Influenza Aviária (H5N1) de Alta Patogenicidade (IAAP) é altamente contagioso e afeta várias espécies de aves domésticas e silvestres e, ocasionalmente, mamíferos como ratos, gatos, cães, cavalos, suínos, bem como o homem. Além da alta incidência de morte, a doença pode ser reconhecida pela dificuldade da ave em respirar e pelos sinais clínicos neurológicos, com o animal se debatendo e em posição de torcicolo.
Atualmente, todo o território nacional está em estado de emergência zoossanitária em virtude da doença. O país contabiliza 149 focos da doença, sendo 20 em Santa Catarina. A maioria é em aves silvestres, da espécie Trinta-Réis, mas já foi registrado um caso em uma ave de subsistência e um caso em um mamífero, um leão-marinho, no Estado. Nenhuma ave comercial foi diagnosticada até o momento.
Infográfico: Gripe aviária causa alta mortalidade de aves em pouco tempo
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A ação de conscientização é promovida pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e chama atenção para as exigências sanitárias de entrada de produtos de origem animal ou vegetal.
— Nosso pedido é simples, mas crucial: contamos com a colaboração de cada visitante para preservar o patrimônio agrícola catarinense que sustenta mais de 200 mil famílias catarinenses. Evitar a entrada de agentes patogênicos é um gesto de respeito não apenas à nossa economia, mas também à preservação do meio ambiente e à qualidade de vida de nossa população — comenta a presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos.
A Cidasc destaca algumas orientações para turistas:
- Não transporte mudas e sementes;
- Guia de Trânsito Animal (GTA) para espécies não convencionais: para o transporte de animais, além de gatos e cães, é necessário possuir a Guia de Trânsito Animal;
- Selos de Inspeção Sanitária: Produtos de origem animal devem ter selos de inspeção sanitária válidos em todo o país, como o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), Serviço de Inspeção Estadual (SIE), Serviço de Inspeção Federal (SIF), ou Selo ARTE, certificado de identidade e qualidade, que possibilita o comércio nacional de produtos alimentícios elaborados de forma artesanal;
- Não transporte carnes com osso;
- Valorize os produtos locais: Santa Catarina é reconhecida pela produção de alimentos de alta qualidade e oferece excelentes opções gastronômicas. Prefira os produtos locais e contribua para a economia sustentável da região.
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Risco na costa de Santa Catarina

A situação no Rio Grande do Sul preocupa as autoridades catarinenses. O Estado vizinho contabiliza 891 mamíferos marinhos doentes ou mortos em decorrência dos focos do vírus, segundo dados da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação.
Vale salientar que um foco não corresponde necessariamente a um animal afetado — o protocolo do Ministério da Agricultura e Pecuária indica que, quando uma espécie apresenta laudo positivo para a gripe aviária, animais da mesma espécie encontrados doentes ou mortos devem ser tratados como casos positivos da enfermidade, sem necessidade de coleta de amostras e exame diagnóstico.
Os mamíferos marinhos normalmente vêm da Patagônia, “subindo” a costa brasileira. Por isso, o número de casos no Rio Grande do Sul acende um alerta para a situação em Santa Catarina, que já teve um caso de gripe aviária em um leão-marinho, em outubro, em Garopaba.
— Existe um risco. É natural que o Rio Grande do Sul, por estar mais próximo da Patagônia, esteja mais suscetível. Como esses animais estão doentes, eles não chegam muito longe. A primeira barreira é no Rio Grande do Sul, muitos morrem ali, e alguns podem subir.
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Com a chegada do verão e a ida de pessoas ao Litoral, a Cidasc alerta para que as pessoas não entrem em contato com animais mortos ou doentes — sejam aves ou mamíferos. Também é recomendado que as pessoas não levem animais domésticos, como cachorros, à praia. O protocolo do Mapa é que os animais doentes sejam testados e posteriormente enterrados pelas prefeituras.
— Se achar o animal doente, é importante que as pessoas não levem esse animal de volta para o mar, pois ele pode proliferar o vírus por lá. As pessoas devem chamar os órgaos ambientais.
Para o caso de eventual suspeita de ocorrência da gripe aviária, a Cidasc faz atendimento pelo telefone 0800-643-9300. É possível ainda procurar a unidade mais próxima do órgão, além do IMA, com gerências regionais espalhadas por Santa Catarina, e da Polícia Militar Ambiental (PMA).
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