A uma semana do jogo da Argentina em Porto Alegre, mais quatro torcedores classificados como barrabravas ou por outras irregularidades foram impedidos de entrar no Brasil por Uruguaiana, na Fronteira Oeste, entre a tarde de terça-feira e a madrugada desta quarta-feira. Com isso, somam-se nove argentinos que não tiveram autorização para ingressar em solo gaúcho por suposta relação com a violência nas arquibancadas. As autoridades esperam que, com a aproximação do evento, se intensifique a tentativa de outros barrabravas chegarem ao Estado.

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As abordagens aos homens, que têm entre 33 anos e 44 anos, foram feitas pela Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). A primeira dupla barrada, torcedora do San Martín, viajava em um micro-ônibus junto a outros 12 passageiros com destino a São Paulo. Na apresentação ao controle migratório, foi constatado que os nomes de ambos estavam na relação encaminhada por autoridades argentinas ao Brasil com o objetivo de prevenir atos de violência durante a Copa do Mundo.

Os homens foram escoltados ao país vizinho e apresentados a autoridades. Os demais passageiros do veículo seguiram viagem.

No segundo caso, na madrugada de quarta-feira, oito argentinos viajavam em carros. Após a abordagem a dois barrabravas, outros três acompanharam a dupla de volta à Argentina. Os demais seguiram o deslocamento para o Brasil.

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Conforme o superintendente da PF no Estado, delegado Sandro Caron, as autoridades brasileiras são informadas de todas as excursões que deixam a Argentina em direção ao Brasil.

Veja como foi a abordagem no fim da tarde de terça-feira

No Infográfico, confira como se sustentam os barrabravas:

Quem são os barrabravas

Em cinco das últimas sete Copas do Mundo eles arrumaram confusão e espalharam medo. Brigaram entre si, com torcedores de outros países, foram deportados e mataram um homem na África do Sul. Voltaram para casa com máscaras e dedos em riste. Organizados nos moldes da máfia, eles subornam policiais, pressionam dirigentes, vendem drogas nas arquibancadas e imediações dos estádios, administram estacionamentos, repassam ingressos, cobram comissões por passes de jogadores e militam em partidos.

Os barrabravas argentinos, conhecidos mundialmente pelos trapos e cantorias intermináveis nas canchas da América Latina, se especializaram em atos ilícitos e estão entranhados no futebol e na política da Argentina bem além do espetáculo. Em Porto Alegre, eles estarão no dia 25 para o jogo contra a Nigéria no Beira-Rio, o último da primeira fase.

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Nas últimas décadas, os barrabravas foram responsáveis por grande parte das agressões em partidas de futebol na Argentina. Desde os anos 1920, conforme a ONG Salvemos al Fútbol (SAF), já causaram mais de 270 mortes.