Um imóvel em Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, foi alvo de busca e apreensão nesta quinta-feira (6) em uma operação que investiga golpes com criptomoedas. A ação é coordenada pela Polícia Federal do Paraná e além de Santa Catarina cumpre mandados no próprio estado e em São Paulo e no Rio de Janeiro. A residência pertence, segundo a PF, ao chefe da quadrilha.

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O golpe, conforme a Polícia Federal, se baseava no aluguel de criptoativos — representações digitais com valor agregado e que são consideradas investimentos. A organização criminosa prometia remuneração mensal aos clientes alegando que uma equipe trabalhava apenas investindo os recursos aplicados.

A investigação apurou que não existia equipe de investidores e não havia organização empresarial séria por trás da empresa. Conforme o delegado Filipe Hille Pace, responsável pela investigação, o dinheiro era usado para benefício dos suspeitos de coordenar o esquema.

— Os valores eram desviados em grande parte para aquisição de itens de luxo, bens, imóveis, joias, gastos pessoais. Todo tipo de produtos eram adquiridos com os valores das vítimas — conta o delegado.

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Com todo esquema baseado em uma pirâmide financeira, a quadrilha não possuía mais dinheiro para pagar os rendimentos mensais e nem liberar os saques aos clientes.

A suspeita é que milhares de pessoas tenham sido enganadas pelo grupo. Os mandados de busca, segundo a PF, visem uma possível alienação dos bens no futuro para que as vítimas sejam ressarcidas.

Investigação partiu da Interpol

Segundo a Polícia Federal, a investigação no Brasil começou depois de um aviso da Interpol em março deste ano. Nos Estados Unidos, a mesma organização é investigada, por suspeita de estelionato e crime contra o sistema financeiro.

Em janeiro deste ano, a agência de investigação norte-americana identificou que o principal gerenciador da quadrilha era um brasileiro que residia em Curitiba. Lá o golpe usava marketing multinível, que segundo a PF, foi fraudado com o pagamento de novos clientes com o investimento dos antigos.

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O homem identificado como gerenciador tinha mais de 100 empresas ligadas a ele e estaria lesando clientes no Brasil e no exterior.

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