A procuradoria da Venezuela denunciou o general Gustavo González López, diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN), por supostas violações dos direitos humanos, informou o órgão nesta sexta-feira, elevando ainda mais a temperatura em seu confronto com o presidente Nicolás Maduro.
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O general González López é suspeito de cometer “graves e sistemáticas violações” dos direitos humanos, destaca um boletim do Ministério Público.
Ministro do Interior e Justiça até agosto de 2016, o general foi citado para prestar depoimento na próxima terça-feira, no mesmo dia em que a procuradora-geral, Luisa Ortega, deverá comparecer ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que decidirá sobre seu julgamento.
Na véspera, a Procuradoria denunciou pelos mesmos crimes o general Antonio Benavides Torres, que até 20 de junho passado foi comandante da Guarda Nacional.
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A denúncia contra Benavides Torres envolve supostos abusos durante protestos contra Maduro, que já deixaram 82 mortos nos últimos três meses, incluindo 23 óbitos atribuídos a policiais e militares, segundo a Procuradoria.
O processo contra González López envolve investigações por “batidas arbitrárias, privações ilegítimas de liberdade” e casos de pessoas que permanecem detidas apesar da ordem de soltura.
O chefe do SEBIN – considerado pela oposição como a polícia do governo – foi alvo de sanções dos Estados Unidos, junto a outros oficiais venezuelanos, por violar os direitos humanos.
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A medida congelou os bens e proibiu qualquer negócio a partir do território americano com os envolvidos.
Sempre circunspecto e de poucas palavras, González López é um dos militares mais ligados a Maduro, que destaca sua lealdade.
A Procuradoria realiza 450 investigações por violações dos direitos fundamentais com base na repressão dos protestos contra Maduro, incluindo lesões causadas a 853 pessoas pelas forças de segurança.
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As investigações já evidenciaram o “uso excessivo da força, o emprego de armas de fogo não autorizadas, tratamento cruel e tortura”, além de batidas sem autorização judicial e danos a propriedades.
Na quarta-feira passada, Ortega denunciou que na Venezuela há “terrorismo de Estado”, em uma de suas mais duras acusações contra o governo Maduro.
Ortega, uma chavista histórica, afirma que Maduro quebrou a ordem constitucional ao convocar uma Assembleia Constituinte sem consulta em referendo.
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* AFP