O chefe do governo de união nacional líbio apoiado pela ONU chegou nesta quarta-feira a Trípoli, mas as autoridades não reconhecidas pediram que partisse, uma disputa que pode provocar uma escalada na crise do país.
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Poucas horas após a chegada de Fayez al-Sarraj, cujo governo é contestado pelas duas autoridades rivais na Líbia, tiroteios intermitentes de origem desconhecida foram ouvidas à noite na capital Trípoli.
As principais estradas foram bloqueadas por membros de grupos armados, alguns de uniforme e outros em civil, equipados com fuzis kalashnikov. Em pânico, os moradores voltaram rapidamente para casa e o comércio fechou as portas.
A chegada de Sarraj faz com que os habitantes temam novos confrontos entre os partidários das autoridades não reconhecidas instaladas pela coalizão de milícias Fajr Líbia e aqueles em favor do governo de unidade.
Este último é rejeitado tanto pela Fajr Líbia, em Trípoli, como pelas autoridades instaladas no leste.
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“Aqueles que entraram ilegalmente devem partir ou voltar atrás”, caso contrário, vão “arcar com as consequências legais”, disse, em um discurso televisionado, Khalifa al-Ghwell, chefe do governo não reconhecido, denunciando como “ilegal” o governo de Sarraj.
Já o vice-presidente do Congresso Geral Nacional (CGN, parlamento não reconhecido), Awad Abdelsadeq, afirmou que Sarraj e os membros do Conselho presidencial “entraram ilegalmente” na Líbia “com a ajuda de soldados e alguns traidores”.
Sarraj, que também presidente o Conselho presidencial (CP), chegou com seis membros do CP a partir da Tunísia na base naval de Trípoli.
Em um breve discurso, Sarraj prometeu fazer da “reconciliação e da resolução da crise de segurança” suas prioridades.
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O governo de união foi estabelecido após um acordo político assinado no final de 2015 no Marrocos, sob os auspícios da ONU, por deputados dos dois parlamentos rivais, apesar da oposição dos chefes dessas instituições.
Este governo deve supostamente colocar fim ao conflito que opõe dois “governos” rivais, um com sede em Trípoli e outro em Tobruk (leste).
* AFP