O diretor da escuderia Mercedes-AMG, o austríaco Toto Wolff, garantiu em entrevista à AFP que não pretende estabelecer uma hierarquia entre pilotos na próxima temporada, e explicou como conseguiu manter a equipe no topo em meio à rivalidade acirrada entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg.
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– Como foi lidar com a rivalidade entre seus dois pilotos nesta temporada. Foi mais fácil ou mais difícil que no ano passado?
“Nos conhecemos há muito tempo, e já passamos por muitas situações. O campeonato foi tão complexo, com uma disputa tão intensa entre eles, que tivemos que lidar com várias situações de estresse. Não é nada fácil, mas sempre conseguimos nos sair bem dessas situações, com uma gestão das relações humanas que garante bons resultados para a nossa equipe. Sempre mantivemos a filosofia de deixá-los competir um contra o outro, sem ter um status de piloto número um e número dois, e não vamos mudar isso na próxima temporada. Não queremos cortar o nosso paddock em dois, com uma estratégia diferente para cada piloto, mesmo com a rivalidade de Sebastian Vettel (da Ferrari).
-Como o senhor se posiciona no debate sobre os futuros motores da F1?
“Eu sempre disse que a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) está certa em querer reduzir o preço dos motores, para atender as escuderias pequenas e médias. A comissão da F1 rejeitou o conceito de motor alternativo (mais barato), mas entendemos o problema e sabemos em que setores podemos melhorar os motores atuais. Estamos trabalhando nisso. Pode ser que voltem a ser mais barulhentos, para aumentar o espetáculo. Também trabalhamos com a FIA sobre uma evolução do regulamento, com previsão para mudanças em 2018. A F1 sempre foi um campeonato de pilotos, mas também reúne a nata dos esportes mecânicos em termos de tecnologia. É importante manter o nível elevado, porque esta tecnologia acaba sendo transferida para carros comuns, com melhorias em termos de potência, eficiência e uso de motores híbridos. Para baratear o custo para pequenas escuderias, podemos simplificar e padronizar algumas peças. É uma maneira razoável e inteligente de levar esse debate adiante. Queremos chegar a um acordo sobre mudanças de regulamento o mais rápido possível”.
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-O senhor não acha que a F1 desperdiçou a oportunidade de integrar mulheres na modalidade, como sua esposa, Susie Wolff, que encerrou neste ano sua carreira de piloto de testes na Williams?
“Dificilmente posso falar sobre esse assunto de forma totalmente objetiva, mas o fato é que a F1 deveria ter se dado conta de que uma mulher piloto competitiva no grid de largada teria atraído audiência no mundo inteiro, atingindo até mercados que não se interessam pelo nosso esporte normalmente. Desperdiçamos uma bela oportunidade”
dlo/pr/jcp/lg