O chavismo e a oposição venezuelana prometeram tomar Caracas de ponta a ponta na próxima quarta-feira, com mobilizações que elevam o clima de tensão política depois dos protestos que nas últimas duas semanas deixaram cinco mortos e 117 detidos.
Continua depois da publicidade
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) reiterou neste sábado que pretende realizar “a mãe de todas as marchas” a partir de 26 pontos da capital até a Defensoria do Povo – onde policiais e militares impedem o acesso -, enquanto que o governo anunciou que fará “as marchas das marchas” na cidade .
“Esse dia Caracas vai estar transbordada de ponta a ponta do amor de um povo que vai ratificar seu compromisso com a revolução”, afirmou o vice-presidente Tareck El Aissami.
“Vamos ver o que vão fazer, pois 26 pontos da cidade estarão cheios de gente”, retrucou Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento, de maioria opositora.
A MUD assegurou que na quarta-feira será iniciada “a mudança na Venezuela”.
Continua depois da publicidade
“Não é uma mobilização a mais (…) tem que ser o início da maior pressão que o ditador sinta. Se aumentarmos a pressão, continuará ocorrendo mais fissuras no regime”, afirmou Guevara.
A oposição lançou no dia 1º de abril uma série de mobilizações, principalmente na capital, que levaram a batalhas de manifestantes contra militares e policiais, trocando gás lacrimogêneo e balas de borracha por pedras e garrafas. Dezenas de feridos e mais de cem prisões se somam ao balanço trágico.
Os protestos eclodiram após sentenças com as quais o Supremo Tribunal de Justiça assumiu as funções do Parlamento, de ampla maioria opositora, e retirou a imunidade dos deputados.
Em meio a uma forte rejeição internacional, as decisões foram parcialmente anuladas.
* AFP