O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, afirmou que as denúncias de Lilian Tintori, esposa do líder opositor preso Leopoldo López, de que foi objeto de supostas humilhações das autoridades carcerárias são parte de uma campanha para desacreditar os militares venezuelanos.
Continua depois da publicidade
“Vamos demonstrar como dão a ordem para montar uma campanha internacional contra (…) a Força Armada Nacional Bolivariana”, disse Cabello em seu programa na TV estatal.
O deputado governista divulgou o áudio de uma suposta conversa entre Tintori e López, na qual os dois falariam sobre um plano para desacreditar as autoridades responsáveis pela penitenciária militar de Ramo Verde, na região de Caracas, onde o líder opositor cumpre uma condenação de quase 14 anos de prisão.
“Vamos com tudo”, afirma supostamente Tintori na conversa que teria sido gravada em 2 de janeiro, de acordo com Cabello.
A voz que foi atribuída pelo chavista a López pede que ela procure “aliados” para “denunciar o coronel Viloria” à Procuradoria venezuelana, imprensa, organizações internacionais – como a ONU e a OEA – e não governamentais para ampliar o alcance da “estratégia comunicacional”.
Continua depois da publicidade
“Como é possível que montem uma campanha desta natureza e alguém escute uma senhora dizer que revistaram até sua roupa íntima? Por Deus, que vergonha”, afirmou Cabello.
Na terça-feira, Tintori denunciou à imprensa que o coronel José Viloria Soto, que administra a segurança de Ramo Verde, a obrigou a tirar a roupa, incluindo as roupas íntimas, durante a revista para entrar na penitenciária.
Acusado por Tintori de dar ordens aos guardas para torturar seu marido, Cabello afirmou que “nunca antes” havia falado com Viloria até convocá-lo para expressar solidariedade ante as denúncias e ratificar sua disposição a “defender os militares da pátria”.
O parlamentar chavista especulou que entre os planos de López está “fugir ou um auto-sequestro com a família dentro da prisão”.
Continua depois da publicidade
Na quarta-feira, Tintori se reuniu com o defensor do povo, Tarek William Saab, ao lado dos parentes de outros “presos políticos” para exigir apoio à libertação dos dissidentes detidos.
vo/fp