Quando o mundo inteiro estará atento ao futebol brasileiro em ano de Copa do Mundo, Santa Catarina será o segundo estado a mais receber jogos da elite do Brasileirão 2014. Ao todo serão 57 partidas da Série A em SC. Com a confirmação do Criciúma ontem, teremos três times na elite, e apenas São Paulo, com cinco representantes, receberá mais jogos.

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Santa Catarina terá mais clubes que grandes forças do futebol brasileiro, como o estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. É o maior número de catarinenses entre os melhores do Brasil desde a era de pontos corridos, e a única exceção na história do Brasileirão ocorre em 1979 quando o campeonato contou com 84 clubes.

Para Criciúma, Figueirense e Chapecoense estar entre os grandes do futebol brasileiro é certeza de valorização da marca do clube. É mais dinheiro no caixa com o aumento das cotas de televisão e um desafio pela frente.

– A série A chega com dois grande problemas. O primeiro é o altíssimo grau de competividade, muito maior que na Série B. E o outro, talvez o segredo, é como rentabilizar o clube durante esse período – avalia Amir Somoggi, consultor de marketing e gestão esportiva.

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Para Somoggi, além de montar um plantel competitivo, os clubes precisam realizar ações de marketing para envolver o torcedores em um ciclo de consumo. Vender camisetas, bandeiras e promover eventos que vendam o orgulho de ser Série A. É a partir desse ponto que as mudanças deixam de ser apenas dentro das quatro linhas e podem mexer com a economia de todo o Estado. Diferente de outras forças dos país, Santa Catarina possui polos regionais dentro do esporte que colaborou para a ascensão do Oeste, Sul e Capital neste ano.

– Não há dúvidas de que as empresas regionais podem aproveitar esse crescimento para associar suas marcas aos clubes e aproveitar a projeção nacional e fortalecer o mercado local – acrescenta Henry Quaresma, diretor de relações industriais da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).

O presidente do Figueirense e da Associação de Clubes Profissionais de Santa Catarina, Wilfredo Brillinger, comemorou há uma semana acesso do Alvinegro à Série A e segue vibrando com as conquistas do Estado.

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– Claro que torcia para o Criciúma ficar entre os 20 melhores. Quanto mais clubes de SC estiverem na elite, melhor para o estado e melhora para negociarmos recursos para nosso futebol – avalia o presidente, que verá o saldo financeiro do alvinegro de Florianópolis crescer junto com a Série A.

Com grandes jogos, os clubes de Santa Catarina também contarão com mais torcedores nas arquibancadas. Em 2013, o Tigre teve uma média de público 11.548 torcedores, mas o Heriberto Hülse lotou em partidas contra Flamengo, Corinthians e Grêmio. As vendas na loja oficial do clube aumentaram em 60 % neste ano de Série A e as cotas da televisão atingiram R$ 20 milhões.

Além das pretensões individuais, mais times na Série A gera uma disputa interna entre os catarinenses para ver quem será o melhor do estado. E dessa vez, o minicatarinense será na primeira divisão e não na Série B.

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Paulo Vinícius Coelho (PVC)

Comentarista da ESPN

Santa Catarina conseguiu algo que poucos estados têm: distribuir sua força no futebol em diversas regiões. O sucesso da Chapecoense é exemplo disso. Há 15 anos o estado não tinha tamanha representatividade e esse crescimento é muito significativo. Agora, para o estado continuar como uma força do futebol nacional é preciso continuar o desenvolvimento dos clubes. Eles precisam se fortalecer para se manterem competitivos. A permanência do Criciúma na Série A é um bom sinal disso.

Marcos Castiel

Editor de Esportes

Num momento em que dois times do Rio de Janeiro, dois gigantes, caem para a Série B, ver dois catarinenses subindo é sintomático. Ano de Copa do Mundo, de repensar nosso futebol, velhas práticas, SC dá um exemplo de sucesso, e a velha prática do fisiologismo do RJ definhar não é o acaso. A ascensão é lenta e gradual. Temos três, teremos cinco no ano que vem se as lições não forem aprendidas. Por que os milhões a mais não salvam a má administração. Teremos um mini Catarinense na elite, o Brasil estará de olho neste pequeno pedaço do Sul, que nós mostremos, então, nosso valor!

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