Mais de 15 dias depois do acidente com o avião que transportava a Chapecoense para a disputa da final da Copa Sul-Americana, e com a empresa aérea LaMia ainda não apresentando a apólice de seguro que garantiria indenização para os familiares das 71 vítimas da tragédia, a Chapecoense recorreu ao Ministério Público Federal (MPF) para auxiliar nas cobranças. A informação é do vice-presidente jurídico da Chape, Luis Antonio Palaoro.
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Ele explica que estão em contato com o procurador da República em Chapecó, Carlos Humberto Prola Junior, do Ministério Público Federal (MPF) na cidade, para expor à Procuradoria os documentos do contrato firmado pela Chape com a LaMia que dava direito uma apólice de seguros de até U$ 50 milhões aos familiares das vítimas do voo 2933 da companhia boliviana. O problema é que Palaoro não sabe se a apólice foi feita pela LaMia, já que o contrato foi firmado no dia 28 de novembro, véspera da tragédia da madrugada do dia 29.
— Nós estamos em contato com o procurador federal em Chapecó para dar detalhes do contrato de voo, para que ele tome as medidas adequadas junto ao governo boliviano e colombiano. Eles criaram essa força tarefa, e os bolivianos e colombianos vão cuidar da parte criminal, e o MPF da parte cível e indenizatória. Vamos dar os detalhes ao MPF e buscar esses encaminhamentos – afirma Palaoro, para dizer que as indenizações da Chapecoense e da Confederação Brasileira (CBF) seguem sendo feitas aos familiares dos 19 atletas mortos no acidente.
Já os familiares das outras dezenas de vítimas, incluindo os 20 jornalistas que morreram na queda do avião, estão esperando o pagamento das indenizações da LaMia.
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Advogado da LaMia diz que sócio está na Colômbia para providenciar indenizações
O advogado da empresa LaMia, Néstor Higa Rodríguez, revelou em entrevista ao jornal boliviano El Deber, que Marco Antonio Rocha Venegas, sócio da LaMia, está em Medellín para, segundo ele, buscar os recursos necessários para o pagamento das indenizações.
— O senhor Rocha está tratando dos pagamentos das indenizações das pessoas que morreram no acidente – garantiu o advogado, que nesta quarta-feira solicitará a reabertura das oficinas da LaMia, que estão fechadas desde a intervenção do Ministério Público da Bolívia, que as fechou após o acidente.
Marco Venegas é investigado pelo MP da Bolívia pelo acidente, teria ingressado no Paraguai em 21 de novembro, e depois saído do país em 23 de novembro. Logo teria ido para outro país que o advogado disse desconhecer, ainda que jure que depois do acidente o sócio da LaMia tenha ido a Colômbia para colaborar e providenciar o pagamento do seguro para os seis sobreviventes e familiares das 71 pessoas que morreram na tragédia.
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De acordo com o advogado da LaMia, o avião teria três apólices de seguro: a primeira, de U$ 1,5 milhões para a tripulação, a segunda, de U$ 25 milhões para os passageiros e a terceira, cujo montante ele não soube precisar, para a aeronave.
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