A Chapecoense informou que fechou acordo de indenização com 20 famílias de vítimas da tragédia aérea que matou 71 pessoas durante viagem do time para a final da Copa Sul-Americana, em 29 de novembro de 2016, na Colômbia. O número corresponde a quase metade das 43 ações que o clube sofreu após a queda da aeronave.

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O diretor financeiro da Chapecoense, Paulo Ricardo Magro, em entrevista à NSC TV, informou que o valor dos acordos gira em torno de R$ 14 milhões e será pago de forma parcelada. O prazo de parcelamento não é detalhado pelo clube e varia conforme o acordo feito com cada família, mas pode chegar até a 10 anos.

– Temos 20 acordos encerrados. O que eu digo encerrados não são pagos, mas ajuizados. A Chapecoense vai pagá-los. Isso o departamento jurídico conduz muito bem. Em momento algum a Chapecoense virou as costas para nenhum familiar – alegou o diretor em entrevista à NSC TV.

Os nomes dos familiares e o parentesco com as vítimas não foi revelado porque as ações seguem em segredo de Justiça. No entanto, os processos foram movidos por familiares de ex-jogadores e funcionários do clube.

Segundo o diretor financeiro da Chape, o clube sofreu cerca de 30 ações trabalhistas e outras 13 ações cíveis, totalizando aproximadamente 43 processos. Os acordos confirmados pelo clube nesta segunda-feira fazem parte do grupo das trabalhistas.

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Magro afirma que todos esses acordos seriam validados pela Justiça e que há outros quatro casos encaminhados. Sobre o tempo que levou para que esses acordos fossem firmados, o diretor avaliou que foi o da negociação entre os advogados de todas as partes.

A assessoria de imprensa do clube informou que os demais casos seguem em negociação pelo setor jurídico do clube.

Acordos não interferem em outras ações das famílias de vítimas

O advogado da Associação dos Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense (AFAV-C), Josmeyr Oliveira, afirma que a entidade não possui informações desses acordos e que, por serem acertos individuais e com cláusulas de sigilo, haverá dificuldade de determinar os valores precisos.

No entanto, ele considera que se o valor de R$ 14 milhões foi destinado a 20 casos como informado nesta segunda-feira pelo clube, estaria dentro de uma expectativa considerada razoável. A informação mais recente do advogado era de que perto de 10 famílias de vítimas estariam perto de acordo com o clube.

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Oliveira lembra que além dos processos que envolvem a Chapecoense há ações contra seguradoras e contra a Lamia, companhia aérea responsável pelo avião que caiu poucos metros antes de chegar ao aeroporto de destino, na Colômbia. Ele frisa que o acordo com o clube não tem interferência sobre essas demais ações, que seguem em andamento, inclusive fora do país.