O sistema de saúde de Chapecó terá mudanças para enfrentar o colapso de falta de vagas por conta do aumento de casos de Covid-19. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município deve ganhar até 25 novos leitos de UTI para ajudar a reforçar as vagas de terapia intensiva.
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Com essa mudança, os atendimentos de casos mais leves e internações em vagas de enfermaria, antes concentrados na UPA, vão ser direcionados a um espaço montado no Centro de Eventos. Por lá, 35 leitos já estão em operação e outras 40 vagas devem ser criadas. Os casos mais graves, de internação em UTI, passam a ser encaminhados à UPA, ou ao Hospital Regional do Oeste (HRO), que sofre com falta de vagas desde o início de fevereiro.
Os anúncios de novos leitos foram feitos em uma transmissão ao vivo na tarde deste domingo (28) pelo prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD). As definições ocorreram após reunião com o secretário-adjunto de Estado da Saúde, Alexandre Fagundes.
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Além dos 25 leitos de UTI a serem criados na UPA, serão abertas mais 26 vagas de terapia intensiva no Hospital Regional do Oeste, como ação do governo do Estado. A expectativa é de que os novos leitos estejam disponíveis entre a quarta e a quinta-feira desta semana.
Chapecó também recebeu neste domingo 20 respiradores enviados pelo governo do Estado e esperava receber outros 30 repassados pelo Ministério da Saúde. Desses, 15 já haviam sido entregues durante a tarde. A maior parte desses ventiladores pulmonares deve ir para vagas do Hospital Regional do Oeste, mas os leitos de UTI na UPA também devem ser contemplados.
Além de Chapecó, Xanxerê, também no Oeste, recebeu outros 20 respiradores distribuídos pelo governo federal, do modelo portátil.
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Espaço para ‘tratamento precoce’

Na parte final da transmissão ao vivo, João Rodrigues afirmou que o município pretende abrir na próxima semana um centro de atendimento precoce de combate à Covid-19. O prefeito não especificou como seria esse atendimento, mas a expressão “tratamento precoce” costuma estar relacionada ao kit de medicamentos como ivermectina e cloroquina, que não possuem eficácia comprovada contra Covid-19 e nem são recomendadas por órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Segundo o município, a ideia é que pacientes em início dos sintomas possam retirar diferentes medicamentos indicados por médicos em um espaço do Ambulatório do Ginásio de Esportes Ivo Silveira.
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Rodrigues não citou medicamentos, mas defendeu que os próprios moradores busquem “tratamento cedo” caso tenham contato com algum possível caso de Covid-19.
– Se você, seu vizinho, seu parente espirrou. “Ah, mas…” Não importa, vá e trate. Trate disso agora. Tratamento cedo é uma UTI a menos amanhã. E, quem sabe, é um óbito a menos também – afirmou.
O prefeito também disse que o número de pacientes com casos confirmados de Covid-19 está “fazendo a curva” e diminuindo, mas que algumas pessoas com diagnóstico positivo do novo coronavírus estão tendo agravamento no estado de saúde. Rodrigues atribuiu isso à nova cepa do vírus SARS CoV-2, que “age muito rapidamente”.
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No entanto, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC (Dive), até este domingo (28) foram confirmados oito registros de casos importados da nova variante do coronavírus em SC – cinco em Florianópolis, dois em Joinville e um em Rio do Sul, sem casos confirmados em Chapecó ou no Oeste até agora.
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Comércio segue fechado por mais uma semana
Por fim, João Rodrigues também falou sobre o comércio, que segue fechado em Chapecó nesta próxima semana, e sinalizou que não pretende estender ou adotar novas medidas restritivas nesse sentido.
– Estamos aí com o comércio de portas fechadas, o que eu também não comunico com nenhum ar de alegria, mas estou cumprindo a minha missão. É a ultima semana que faço isso. Depois, já estamos com a estrutura montada, aí vamos trabalhar porque o país precisa crescer, as pessoas precisam de emprego. Todos nós precisamos cuidar da saúde, da vida, mas cuidar do trabalho também – afirmou.
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