Os chefes da diplomacia de 17 países, liderados pelos Estados Unidos e Rússia, fixaram neste sábado, em Viena, um calendário concreto para a transição política na Síria, mas sem chegar a um acordo sobre o destino do presidente Bashar al Assad.

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Os esforços diplomáticos para buscar uma saída par o conflito sírio jamais haviam resultado num mapa do caminho tão precisa.

Os negociadores concordaram em organizar um encontro entre o regime de Damasco e representantes da oposição antes de 1o. de janeiro, a formação de um governo de transição nos próximos seis meses e a organização de eleições dentro de 18 meses.

Segundo os participantes, a reunião também foi marcada pelos atentados de Paris, onde morreram 129 pessoas, e aparentemente esses acontecimento reforçaram a determinação de se chegar a um acordo.

A guerra síria causou ao menos 250.000 mortos e milhões de refugiados desde 2011.

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Em um comunicado comum, representantes dos 17 países e três organizações internacionais, reunidos em Viena, deixaram de lado as questões mais delicadas e insistiram nos pontos de acordo.

O Grupo Internacional de Apoio à Síria, que agrupa todos os participantes, chegou ao acordo sobre a necessidade de reunir o governo sírio e representantes da oposição em negociações formais, patrocinadas pela ONU, tão logo seja possível.

As grandes potências, entre elas Estados Unidos, Rússia, União Europeia, os países árabes e o Irã, apoiam um cessar-fogo e um processo dirigido pelos sírios, que dentro de seis meses deve redigir uma Constituição.

Irã e Rússia, os últimos aliados do regime sírio, se opõem aos Estados Unidos e seus aliados árabes e europeus sobre o futuro de Assad e seu papel na transição política.

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“Seguimos divergindo sobre o que acontecerá com Bashar al Assad”, asegurou o secretário de Estado americano John Kerry, em coletiva conjunta com seu colega russo, Serguei Lavrov, e o representante da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.

“Concordamos que o futuro da Síria será decidido apenas pelo povo sírio”, avisou Lavrov.

Moscou e Teerã também se opõem aos demais países sobre os grupos sírio que são considerados terroristas e os que fazem parte da oposição.

Por isso, a Jordânia se encarregará de coordenar uma lsita comum de grupos terroristas”, sob a supervisão do Conselho de Segurança da ONU, a partir das propostas dos distintos participantes, explicou Lavrov.

Também houve consenso sobre a necessidade de “coordenar a luta internacional contra o terrorismo”, segundo o chanceler francês Laurent Fabius.

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“Não pode haver justificativas para não fazer muito mais a fim de vencer o EI, Al Nosra (facção síria da Al-Qaeda) e os que se parecem com eles”, afirmou Lavrov.

O sucesso dos esforços diplomáticos depende em grnade parte da evolução das relações no terreno, onde os Estados Unidos lideram há mais de um ano uma coalizão contra o EI na Síria e no Iraque, ao mesmo tempo em que a Rússia realiza ataques em apoio a Assad.

O presidente sírio vinculou os atentados de Paris à situação na Síria. “A políticas errôneas adotadas na região pelos países ocidentais e, em particular, pela França, contribuíram para a expansão do terrorismo”, declarou Assad.

Para a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, a reunião de Viena também “adquire um novo significativo” após o ocorrido em Paris.

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“Quase todos os países sentados ao redor desta mesa sofreram a mesma dor”, acrescentou, citando “Líbano, Rússia, Egito, Turquia”.

* AFP