Onze pesquisadores de ponta do Massachusetts Institute of Technology (MIT) irão “pensar fora da caixa” na terceira edição do Challenge of Innovation que ocorre em São Paulo nos dias 13 e 14 de maio. Eles irão conversar com empresários brasileiros sobre temas estratégicos para o país, como Empreendedorismo Inovador, Gestão da Inovação, Desenvolvimento Econômico, Energia Sustentável e Materiais Avançados. Cerca de 30 representantes de empresas catarinenses já estão confirmados.
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::: Challenge of Innovation traz pesquisadores do MIT ao Brasil
Saiba quem são os palestrantes do MIT:
Dia 13 de maio
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14h20 – Karen Gleason
Quem é: pesquisadora do Departamento de Engenharia Química e reitora do MIT
Painel: O Empreendedor Inesperado: o Caminho para a Comercialização de Películas Ultrafinas de Polímeros Depositados por Vapor
Por que é relevante: Karen Gleason desenvolve uma pesquisa pioneira sobre deposição química de vapor (CVD na sigla em inglês) sobre a superfície de filmes poliméricos ultrafinos, que torna possível a fabricação de novas superfícies e equipamentos com amplas aplicações.
A boa receptividade do mercado a levou a fundar a GVD Corporation, que comercializou a tecnologia com sucesso para aplicações nas indústrias automotiva, médica e em outros mercados. Essa experiência levou à abertura de uma segunda empresa, DropWISE Technology, dedicada à geração mais eficiente e limpa de energia. Sua experiência como empresária é um bom exemplo de como funciona a transferência de conhecimento/tecnologia da academia para o mercado. No painel do COI 2015, ela aborda essa questão e como o Brasil pode crescer nesse quesito.
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Gleason é autora de cerca de 250 publicações e detém 18 patentes nos Estados Unidos sobre polímeros CVD e suas aplicações em optoeletrônica, sensoriamento, microfluidos, energia, biomedicina e membranas.
Suas pesquisas com superfícies hidrofóbicas – que repelem água -, se implantadas em escala global na geração de energia termelétrica, poderiam economizar 750 terawatts/hora e sequestrar 500 milhões de toneladas métricas de carbono por ano, além de reduzir a poluição térmica.
Ela foi diretora associada do Institute of Soldier Nanotechnologies, parceria entre o MIT, o Exército americano e indústrias para desenvolver tecnologias que aumentem a capacidade de proteção e sobrevivência de combatentes, bombeiros, policiais e membros da defesa civil.
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E-mail: kkg@mit.edu
15h10 – Michael Schrage
Quem é: pesquisador do Centro de Negócios Digitais do MIT
Painel: Como ter Retorno em Investimentos com Inovação
Por que é relevante: prestigiado consultor sobre inovação de negócios, Michael Schrage examina os diferentes papéis de modelos, protótipos e simulações para gerenciamento dos riscos de inovar. Sua palestra irá abordar orientações para que as empresas brasileiras possam maximizar o retorno dos investimentos em inovação.
Ele já apresentou workshops sobre design experimental e riscos da inovação para empresas, organizações e programas de educação executiva em diversos países. Seus clientes incluem Mars, Procter & Gamble, Google, Intel, BT, Siemens, NASDAQ, IBM e Alcoa.
Schrage escreveu os livros Serious Play: How the World?s Best Companies Simulate to Innovate (Jogo sério: como as melhores empresas do mundo simulam para inovar) e What Do You Want Your Customers to Become? (O que você deseja que seu clientes se tornem?).
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Seu livro mais recente é The Innovator’s Hypothesis (A Hipótese do inovador), no qual faz a afirmação controversa de que “boas ideias são ruins”. O autor advoga que as ideias são uma unidade de medida equivocada pra analisar inovação. Ele recomenda reenquadrá-las como hipóteses testáveis em experimentos rápidos, simples e baratos.
Schrage também é consultor da comunidade de segurança nacional dos Estados Unidos em temas relacionados a ciberconflito e cibersegurança.
E-mail: schrage@mit.edu
16h30 – Robert Armstrong
Quem é: pesquisador do Departamento de Engenharia Química do MIT
Painel: Inovação Energética e Impacto Econômico como Agentes Catalisadores
Por que é relevante: Robert Armstrong é um nome de referência mundial na pesquisa sobre inovação energética e irá abordar o papel do Brasil nesse cenário.
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Junto com o ex-secretário de Estado George Shultz, ele escreveu o livro Game Changers, sobre o futuro desta área de conhecimento. O cientista apresenta ideias que têm potencial revolucionário em cinco áreas: gás de xisto, energia solar fotovoltaica, armazenamento de eletricidade, carros elétricos e luz de LED. Para cada um desses tópicos, são identificados três tipos de tecnologias: as já disponíveis, mas não amplamente utilizadas; as que irão emergir em breve; e as que já estão no horizonte, na forma de ideias promissoras.
Entre os tópicos abordados no livro, incluem-se novas pesquisas sobre como reduzir a quantidade de água na exploração de gás de xisto; como ampliar a capacidade de armazenamento das baterias de lítio, para que um dia possam alimentar automóveis; como construir baterias recarregáveis mais baratas com zinco; e ideias de ponta para aperfeiçoar a luz de LED, que, em combinação com outras tecnologias, poderia levar iluminação barata a vilas remotas do planeta.
Em 2008, Armstrong foi eleito para a Academia Nacional de Engenharia, pela importância de suas pesquisas na mecânica dos fluidos não-newtoniana, coautoria em livros de referência e liderança no ensino de engenharia química.
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Suas áreas de pesquisa abrangem teoria molecular dos polímeros, mecânica dos fluidos poliméricos, reologia (estudo das mudanças na forma e no fluxo de materiais), modelamento de processos multiescala, fenômenos de transporte e matemática aplicada.
E-mail: rca@mit.edu
17h20 – John Lienhard
Quem é: pesquisador do Departamento de Engenharia Mecânica/Centro de Água Limpa e Energia Limpa
Painel: Água e Alimento para 9 bilhões
Por que é relevante: John Lienhard é especialista internacional em purificação e dessalinização de água, com pesquisas pioneiras e o reconhecimento da comunidade científica em diversos prêmios. Há mais de 26 anos no MIT ele tem dedicado seus esforços educacionais e de pesquisa ao tema.
A escassez de água e de alimentos, que afeta milhões de pessoas no mundo, tende a se agravar com as pressões de crescimento populacional e de mudanças climáticas. Pesquisas do MIT têm buscado diversas abordagens para enfrentar esse desafio, que sejam aplicáveis tanto para os países desenvolvidos quanto para os em desenvolvimento.
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O assunto interessa muito ao Brasil, que enfrenta uma urbanização explosiva e precisa lidar com questões referentes à agricultura sustentável, bem como ao nexo entre água e energia.
Melhorar a eficiência energética dos processos de dessalinização e purificação da água é o foco central de seu grupo de pesquisa. Os experimentos envolvem umidificação e desumidificação, sistemas de destilação com membranas, eletrodiálise, nanofiltração e remediação de águas residuais provenientes de operações de petróleo e gás, bem como de outros processos industriais.
E-mail: lienhard@mit.edu
18h10 – Elisabeth Reynolds
Quem é: pesquisadora do Departamento de Estudos Urbanos e Regionais e diretora executiva do Centro de Performance Industrial (IPC) do MIT
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Painel: Sistemas de Inovação: o Contexto Brasileiro
Por que é relevante: Elisabeth Reynolds trabalha com temas relativos à geografia da inovação, desenvolvimento econômico regional e competitividade industrial. Sua pesquisa se dedica em particular à teoria e prática do desenvolvimento de clusters e sistemas regionais de inovação.
O IPC presta consultoria especializada sobre o tema a organizações dos Estados Unidos, Taiwan, China, Finlândia, Reino Unido, Noruega, Japão e Brasil.
Desde 2014, o IPC desenvolve um grande projeto de parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), com duração prevista de cinco anos, voltado para a aceleração da inovação no Brasil.
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O principal objetivo do projeto é identificar as políticas nacionais e regionais que fomentam a inovação, pesquisar como a indústria brasileira promove a inovação em sua cadeia de suprimentos e diagnosticar os desafios dos 26 Institutos de Inovação do SENAI.
E-mail: ipc@mit.edu
Dia 14 de maio
09h10 – Gregory Stephanopoulos
Quem é: pesquisador do Departamento de Engenharia Química do MIT
Painel: Rumo a uma Economia Sustentável e de Base Biológica
Por que é relevante: os biocombustíveis e os produtos biológicos desenvolvidos a partir de recursos renováveis têm atraído atenção considerável, por reduzirem a dependência de combustíveis fósseis. A equipe do professor Stephanopoulos está envolvida em diversos projetos inovadores relacionados ao tema.
Uma das linhas de atuação é o desenvolvimento de micro-organismos que produzem biocombustíveis com propriedades superiores às do etanol quanto à densidade energética, volatividade, corrosividade e facilidade de separação. Eles podem substituir gasolina ou diesel e servir como precursores químicos para produzir combustível de aviação.
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Outra pesquisa investiga processos biológicos de baixo custo para a conversão de gás natural (metano) em combustíveis líquidos com densidade energética bem maior.
A “superfamília” dos isopropenoides, da qual fazem parte o mentol, o licopeno e o taxol, tem gerado muito interesse científico pelo seu potencial terapêutico no tratamento de infecções e câncer. Extrair esses compostos a partir de matéria vegetal é um processo caro e de baixo rendimento. Stephanopoulos trabalha em um método promissor para produzi-los em hospedeiros microbianos como as bactérias Escherichia coli.
Outra pesquisa promissora tem buscado quantificar com precisão o fluxo metabólico em células com câncer, para melhor compreender o que leva à sua proliferação.
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E-mail: gregstep@mit.edu
10h – Bradley Olsen
Quem é: pesquisador do Departamento de Engenharia Química do MIT
Painel: Biofuncionalidade em Materiais Sintéticos
Por que é relevante: o laboratório coordenado pelo professor Bradley Olsen pesquisa a criação de novos materiais sintéticos a partir de componentes biológicos, uma das áreas mais promissoras da ciência.
A interface entre a química e a biologia abre caminho para o desenvolvimento de materiais híbridos complexos com novas capacidades funcionais, tais como plásticos para engenharia, conversores de energia, catalisadores e hidrogeis com aplicações na medicina.
Um dos projetos da equipe de Olsen busca criar sabões para eliminar a toxidade de resíduos químicos, descontaminando amplas áreas onde houver vazamentos sem agredir o meio ambiente.
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O grupo também se dedica à criação dos fundamentos para a construção de “biorrefinarias sustentáveis”, que possam transformar lixo sólido ou algas em matéria-prima renovável para utilização em novas finalidades.
Outro esforço de pesquisa busca desenvolver novos tipos de hidrogel injetável que possam estabilizar um ferimento profundo ou tratar tecidos danificados.
E-mail: bdolsen@mit.edu
11h20 – Marshall Van Alstyne
Quem é: Professor da Boston University School of Management e pesquisador no MIT Center for Digital Business
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Painel: Como os Novos Modelos de Negócios Estão Mudando a Forma da Indústria
Por que é relevante: o professor Van Alstyne é um renomado especialista em modelos de negócios em rede. Ele desenvolve pesquisas sobre informações econômicas em temas como mercados de comunicação, economia das redes, propriedade intelectual, efeitos sociais da tecnologia e efeitos da informação sobre a produtividade.
Coautor do conceito de “two sided networks” (redes de dois lados), ele tem dado grandes contribuições à teoria sobre os efeitos das redes, um conjunto de ideias atualmente ensinado em mais de 50 escolas de negócios pelo mundo.
O reconhecimento do trabalho do professor Van Alstyne inclui duas patentes e diversos prêmios concedidos por instituições científicas, entre elas a Fundação Nacional de Ciência. Seus artigos e comentários têm sido publicados na Science, Nature, Management Science, Harvard Business Review, The New York Times e The Wall Street Journal.
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Uma das áreas de estudo dele é a economia do software livre em plataformas de inovação, na qual explora o licenciamento socialmente ideal dos bens de informação.
Van Alstyne também desenvolveu uma pesquisa financiada por Intel, BT e Cisco sobre a relação entre o fluxo de informações na internet, a posição social dos indivíduos nas redes sociais e a sua produtividade.
E-mail: marshall@mit.edu | mva@bu.edu
12h10 – Nicholas Roy
Quem é: pesquisador do Departamento de Aeronáutica e Astronomia do MIT
Painel: Cruzando Fronteiras: Pesquisa Acadêmica e Industrial em Veículos Aéreos Não Tripulados
Por que é relevante: em anos recentes, o Grupo de Robótica Robusta do MIT realizou avanços significativos na pesquisa sobre veículos aéreos não-tripulados (UAV na sigla em inglês). A equipe liderada pelo professor Nicholas Roy desenvolveu alguns dos primeiros sistemas de UAV completamente autônomos, capazes de se auto-orientar em ambientes onde não há GPS disponível.
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Esses aparelhos tendem a ganhar papel importante nas operações de resgate em ambientes perigosos e não-mapeados – por exemplo, em acidentes dentro de navios, para onde seja impossível enviar socorristas.
Outra pesquisa de destaque da equipe do professor Roy, realizada em parceria com o Google, demonstrou a viabilidade do uso dos UAV para a entrega de pacotes com encomendas em ambientes urbanos.
Os esforços conjuntos da indústria e da academia estão ampliando o uso dos UAV para novas fronteiras, com aplicações potenciais na agricultura de precisão – de grande interesse para o agronegócio brasileiro -, inspeção de infraestrutura e outras.
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Uma das metas da equipe é construir robôs sociais que possam aprender rapidamente o que as pessoas querem, sem serem irritantes ou intrusivos. Esse desafio de engenharia envolve pesquisas em inteligência artificial, inferência estatística e outras áreas de conhecimento.
E-mail: nickroy@csail.mit.edu / nickroy@mit.edu
14h30 – Antoine Allanore
Quem é: pesquisador do Departamento de Materiais e Engenharia do MIT
Painel: Materiais Sustentáveis: Beneficiando-se de Recursos Minerais
Por que é relevante: a agricultura nos países do hemisfério sul depende de fertilizantes produzidos com hidróxido de potássio (potassa) que é minerado em países do hemisfério norte. Mais de 90% das necessidades do Brasil são supridas por importações. A pesquisa coordenada por Allanore pode tirar o país dessa dependência externa.
Um processo inovador para produzir potássio a partir de rochas de feldspato, mineral abundante no Brasil, oferece instrumentos para transformar as práticas agrícolas nacionais, resultando em aumento de eficiência e redução de custos.
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Esta parceria científica Brasil-Estados Unidos também pode beneficiar outros países, como a Índia, importadora de 100% do potássio que utiliza como fertilizante. A equipe do professor Allanore é financiada pela companhia mineradora brasileira Terrativa (veja link) e suas pesquisas contam com a colaboração da Embrapa.
Um estudo de campo está em andamento no Brasil para verificar como as culturas de cana-de-açúcar e laranja, entre outras, reagem ao novo insumo.
E-mail: allanore@mit.edu
15h20 – Cesar Hidalgo
Quem é: professor assistente de Mídia, Artes e Ciências no MIT
Painel: Os Porquês do Aumento de Informação: a Evolução da Ordem desde os Átomos até as Economias
Por que é relevante: Cesar Hidalgo é um pesquisador de excelência reconhecida por diversas instituições acadêmicas, científicas e empresariais. Em 2012, foi nomeado pela revista Wired UK como uma das 50 pessoas que poderiam mudar o mundo, e selecionado como Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial.
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A equipe coordenada pelo professor Hidalgo tem criado ferramentas inovadoras para visualizar big data e, assim, lidar de maneira mais eficaz com um grande volume de informações. Os pesquisadores investigam os mecanismos físicos, sociais e econômicos responsáveis pelo crescimento contínuo de dados, e como contribuem para a desigualdade social e econômica no planeta.
Uma dessas ferramentas é o site DataViva, criado em parceria com o governo de Minas Gerais. Por meio dele, é possível cruzar uma enorme quantidade dados de fontes distintas e extrair informações úteis na forma de mapas e gráficos, facilitando a compreensão de temas complexos.
Outro experimento de Hidalgo é o Place Pulse, que captura o componente estético dos espaços urbanos. Inferências obtidas a partir de big data permitem, por exemplo, ranquear as cidades que são vistas como mais seguras ou menos seguras, e identificar que fatores afetam as impressões dos participantes.
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A ferramenta Immersion possibilita uma auto-reflexão sobre os meta-dados que as pessoas produzem a partir dos e-mails que trocam, ao mapear as múltiplas relações de suas redes de contatos.
E-mail: hidalgo@media.mit.edu
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*Com informações da Primeira Via Comunicação.