Entre os dias 7 e 8 de janeiro deste ano, duas chacinas que vitimaram um total de 11 pessoas foram cometidas em Joinville. Em um dos assassinatos em massa, sete trabalhadores que viviam em uma mesma casa no bairro Morro do Meio foram mortos. Menos de 24 horas antes deste crime, outros quatro perderam a vida de forma brutal no bairro Ulysses Guimarães. Este segundo caso veio à tona somente dois meses depois, após uma operação da polícia nesta manhã de segunda-feira (13), quando dois envolvidos foram presos.

Continua depois da publicidade

Acesse para receber notícias de Joinville e região pelo WhatsApp

De acordo com o delegado Dirceu Augusto Silveira Junior, titular da Delegacia de Homicídios de Joinville, ambos os crimes foram cometidos por uma mesma facção, no entanto, os casos não têm ligação entre si. Do episódio divulgado recentemente, as prisões — contra um homem e uma mulher —, são temporárias e os corpos das quatro vítimas ainda não foram encontrados.

Segundo a Polícia Civil, integrantes do “tribunal do crime” foram responsáveis por essas duas chacinas distintas e 17 envolvidos já foram indiciados, além de quatro presos no total (dois de cada ocorrência). Os demais seguem foragidos em outros estados e também fora do Brasil.

Do caso do Morro do Meio, a motivação ainda está sendo investigada, já que, inicialmente, os sete homens não tinham ligação organizações criminosas. Já na situação do Ulysses Guimarães, as mortes foram consequência da disputa de território entre grupos criminosos e, embora não tenha sido encontrada uma cena de crime, setores de inteligência da polícia indicaram as mortes e ocultação dos cadáveres.

Continua depois da publicidade

A Polícia Civil continua trabalhando para prender os envolvidos nos crimes cometidos no fim de semana de janeiro que foi definido como o “mais violento da história da cidade”.

Relembre o caso do Morro do Meio

As vítimas da chacina foram encontradas carbonizadas dentro de um Fiat Uno incendiado por volta das 10h de um domingo, 8 de janeiro, no bairro Vila Nova. Inicialmente, 10 vítimas que moravam na mesma casa, no bairro Morro do Meio, estavam envolvidas. Seis delas foram encontradas com os corpos queimados. O imóvel também foi incendiado pelos autores do crime. Três pessoas conseguiram escapar dos criminosos. Um homem ainda estava desaparecido e o corpo dele foi encontrado cerca de um mês e meio depois.

De acordo com o delegado Dirceu Silveira Júnior, as vítimas eram de Palmas e Cruz Machado, cidades do Paraná, e trabalhavam em uma empresa terceirizada em Joinville. Da noite de sábado para domingo, teria acontecido um desentendimento fora da casa entre uma das vítimas encontradas carbonizadas e um dos autores do crime, de acordo com o delegado. Horas depois, os suspeitos teriam voltado até o local e ateado fogo no imóvel, como forma de retaliação pela discussão.

No local, havia três carros pertencentes à empresa que foram usados para transportar as vítimas até uma estrada próxima ao fim da Rodovia do Arroz, no bairro Vila Nova. Foi onde um dos veículos, um Fiat Uno, foi encontrado carbonizado com as vítimas dentro por moradores, por volta de 10h de domingo.

Continua depois da publicidade

Em relação aos sobreviventes, o delegado afirma que eles também foram retirados da casa pelos agressores, porém, conseguiram fugir dos suspeitos em algum momento durante o trajeto para o local em que seriam mortos. Os três não ficaram feridos e retornaram para casa.

Em uma das últimas atualizações sobre o caso, o delegado responsável pelas investigações, Eliéser Bertinotti informou que, antes de serem carbonizados, um dos homens teria sofrido um corte profundo no pescoço, enquanto os outros cinco foram atingidos por tiros na região da cabeça, o que indica que os seis foram mortos antes do carro ser incendiado. Todos as vítimas já foram identificadas.

 A reportagem do AN conversou com um dos responsáveis pela empresa que contratou os trabalhadores, que afirmou que já havia alugado o alojamento em outras oportunidades e que nunca havia tido problema com o local. Além disso, tanto ele quanto os familiares se chocaram com a violência deste crime, já que definem as vítimas como tranquilas, sem antecedentes de brigas.

Leia também

“Estamos sofrendo”: chacina em Joinville completa um mês e espera angustia familiares

Continua depois da publicidade

Todas as vítimas da chacina em Joinville são identificadas após 1 mês; saiba quem são