O custo da cesta básica em Florianópolis aumentou R$ 4,34 em fevereiro, ou 0,99%, na comparação com o preço registrado em janeiro deste ano. Os R$ 441,89 pagos pelo conjunto de produtos durante o segundo mês do ano é o quinto mais caro entre as outras 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
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Parte da alta foi puxada pelo preço do feijão preto, que segundo o Dieese subiu em todas as capitais pesquisadas durante o mês de fevereiro. A variação do grão ficou entre 17,14%, em Florianópolis, e 31,97%, em Vitória. Em 12 meses, o preço do grão carioquinha também acumulou alta em todas as capitais: as taxas variaram entre 20,55%, em Brasília, e 160,20%, em Campo Grande.
Conforme análise do departamento, a baixa oferta do grão carioquinha e a redução da área semeada explicaram a alta no varejo. A diminuição na oferta de feijão carioquinha pode ser explicada pela redução da área plantada, uma vez que os produtores migraram para outros plantios — como a soja e o milho, e por problemas climáticos, que diminuíram a qualidade do grão. Já o preço do feijão preto aumentou devido à maior demanda, uma vez que parte dos consumidores substituiu o carioca pelo preto.
São Paulo é a capital com custo mais elevado
Em janeiro, a cesta básica em SC havia registrado retração de 4,4% com relação ao valor pago em dezembro e estava em R$ 437,55. No acumulado dos últimos 12 meses foi registrado alta de 3,96%. Apenas uma capital, Belém, registrou queda (-0,27%) no custo dos alimentos.
As principais altas foram observadas em Recife (7,88%), Natal (6,75%), Aracaju (6,46%) e Vitória (5,97%). São Paulo é a capital com o custo mais elevado, R$ 482,40, seguida por Rio de Janeiro e Porto Alegre. Já os menores preços foram pesquisados em Salvador (R$ 362,93) e em são Luís (R$ 368,82).
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Com base nos preços de São Paulo, capital que lidera o custo com a cesta básica, quatro alimentos tiveram alta entre janeiro e fevereiro: feijão carioquinha (49,08%), batata (25,33%), manteiga (1,96%) e carne bovina de primeira (0,96%). Já as principais quedas foram registradas no tomate (-4,48%), café em pó (-2,62%), arroz agulhinha (-2,01%), pão francês (-1,43%), farinha de trigo (-1,05%), óleo de soja (-0,85%), açúcar refinado (-0,42%), banana (-0,32%) e leite integral (-0,24%).
Custo da cesta básica compromete 48,1% do salário mínimo
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, o Diesse observou que, em Florianópolis, o trabalhador remunerado pelo piso, em fevereiro, comprometeu 48,1% da remuneração para adquirir os produtos. O tempo médio de trabalho, com base no salário mínimo, para adquirir os alimentos em Florianópolis, em fevereiro, estava em 97 horas e 25 minutos.