O preço do café em pó nos supermercados de Jaraguá do Sul virou a mesa na comparação com junho deste ano, mostra o último levantamento da cesta básica feito pelo Procon da cidade. De agosto a setembro, o café, que tinha baixado o preço no primeiro semestre, foi o produto que teve maior alta de preço (16,71%) entre os dez itens pesquisados.

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Na sequência vem o quilo do tomate, o que não é exatamente novidade. A hortaliça teve acréscimo de 11,86% no período e o estoque nos supermercados continua ditando o preço. De um estabelecimento para outro, o tomate sofre mudança de preço de até 119,2%.

A explicação para o preço da fruta ainda não ter encontrado teto na cidade, de acordo com o economista Alcides Alves Machado Neto, é o mau desempenho da safra ter continuado.

– A produção não estava boa no início do ano e com certeza ainda não regularizou. Os produtos agrícolas em geral alteram muito de preço por causa da safra e do problema de armazenamento, porque estragam facilmente. Já o o café é cotado por commodities, internacionalmente, por ser item de exportação brasileiro – afirma.

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Safra ruim e estoques Sobre a diferença de valores cobrados de um supermercado para outro, o economista justifica:

– A disparidade de um mercado para outro se deve à política do local e mais ainda ao fornecedor. Estamos em uma época de reajustamento de preços. Tivemos um primeiro semestre ruim economicamente, o mercado não conseguia reajustar e agora querem aproveitar o fim de ano para recuperar um pouco – explica Alcides.

Outros dois produtos que não pararam de subir nos supermercados são a carne e o arroz, cujos preços dos quilos subiram aproximadamente 6,5% no último mês. O economista e o diretor do Procon municipal, Adilson Macário, concordam que a expectativa é de que os valores se estabilizem.

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Vale lembrar que, mesmo que alguns produtos estejam mais caros, outros baixaram de custo. O pão francês, que tinha aumentado 21% em junho, teve baixa de 25,06%. Assim como o feijão, que baixou 8,24% desde agosto. Batata suja e manteiga também estão mais baratas.

A pesquisa em sete supermercados da cidade mostrou que a cesta básica aumentou cerca de 5,7% nos últimos três meses, trazendo ao bolso do consumidor um peso de R$ 2,37 a mais.

De olho no perfil das compras

Ter disciplina e reconhecer o próprio perfil é uma dica para que o consumidor de Jaraguá não sinta tanto o aumento no preço da cesta básica.

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– Se você consegue seguir a lista quando vai ao mercado, o mais indicado é fazer compras semanalmente, em dias de promoção. Caso contrário, a compra do mês é mais indicada – acredita o economista Alcides Machado Neto.

– As pessoas não percebem o aumento na hora, mas no fim do mês faz diferença. O consumidor vê o chuchu e não sente a diferença dos 30%, por exemplo. Vale avaliar preços e verificar o produto. Nem sempre o mais barato é o mais rentável – acredita Adilson Macário, do Procon.

Na manhã desta quinta-feira, o vigilante José Manoel Bento, 60 anos, comprava verduras e legumes com a mulher, Rosa Alves Egir, 66, que precisa de alimentação mais leve após passar por uma cirurgia. O casal percebeu que o tomate não anda em época boa.

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– Aumentou muito nos supermercados. E além de mais caro, está feio, verde – afirma o vigilante.

Eles também sentiram o aumento do café, da carne e até da caixa de ovos, que não faz parte da lista do Procon.

– Para não fazer tanta diferença no bolso, mudamos de mercado o tempo todo e fazemos sempre pesquisa de promoção – acrescenta ele.

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A dona de casa Sueli da Silva, 45, também sentiu o aumento do preço do café de todos os dias.

– Há vezes em que preciso deixar de levar a marca que quero por causa do preço – comenta