Ganhar a Copa é o objetivo dos 32 técnicos. Mas sejamos realistas: só um leva, e normalmente um que está à frente de uma seleção tradicional. Isso não quer dizer que não haja outras metas para os comandantes em um Mundial.

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Zero Hora sugere cinco inquilinos das casamatas novinhas dos estádios brasileiros para você prestar atenção entre junho e julho. Cada um tem desafios diferentes em 2014. O que Cesare Prandelli precisa fazer? Chegar ao penta atacando.

– Esta equipe nasceu para atacar.

Vinda da boca do técnico da seleção da Itália, país que disseminou o Catenaccio, tradicional retrancão italiano, a frase pode parecer surreal. Mas quando Cesare Prandelli, 56 anos, assumiu a Azzurra, a tetracampeã mundial havia saído da Copa de 2010 na primeira fase, após não ganhar nenhum jogo em um grupo com Eslováquia, Nova Zelândia e Paraguai. Era preciso começar de novo, e a federação o escolheu para isso.

Nos últimos três anos, o ex-meia de Juventus e Atalanta, clube no qual começou a carreira de treinador, em 1990, mostrou que a Itália pode jogar um futebol fluido, técnico e ainda assim consistente na defesa. O vice-campeonato da Euro 2012, a classificação tranquila ao Mundial e o terceiro lugar na Copa das Confederações respaldaram o treinador, que chegou a escalar a Itália com três atacantes em amistoso contra o Brasil.

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_ Há uma opinião positiva sobre Prandelli na Itália. Os resultados estão do lado dele e a seleção voltou a ser amada depois do distanciamento que tinha com Lippi (Marcello Lippi, técnico campeão do mundo em 2006 e na Copa de 2010). Ele é muito bom na gestão do grupo e no trato com os jogadores _ ressalta Pietro Guadagno, editor do Corriere dello Sport, da Itália.

Prandelli teve uma carreira ascendente na casamata. Começou treinando os garotos da base da Atalanta, se destacou na segunda divisão italiana, depois de subir Verona e Venezia à elite, e ganhou a sua primeira oportunidade em um time de maior porte: o Parma, de onde sairia para a Roma. Meses depois, rescindiu o contrato com os romanistas, em 2004, para cuidar de sua mulher, Manuela Caffi, diagnosticada com câncer de mama. Em 2007, Prandelli perdeu a mãe de seus dois filhos. Se recuperou da perda mergulhando no trabalho e chegou à seleção depois de cinco bons anos na Fiorentina, de Florença, que levou duas vezes à Liga dos Campeões.

Como joga

A grande virtude é variar entre três e quatro homens na primeira linha defensiva, dependendo do adversário. Os italianos jogam das duas maneiras com a movimentação de De Rossi, ora como volante, ora como líbero.

Nos últimos jogos, Prandelli tem mantido quatro atrás, mas alterna o sistema 4-1-4-1 (com atacantes e meias ofensivos pelos lados da segunda linha de quatro), com o 4-3-1-2.

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Confira os desafios dos técnicos Alejandro Sabella (Argentina), Marc Wilmots (Bélgica), Sabri Lamouchi (Costa do Marfim) e Fabio Capello (Rússia).