Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista da Petrobras, o ex-diretor da área internacional da petrolífera Nestor Cerveró voltou a defender a compra da Refinaria de Pasadena do grupo belga Astra Oil. Ele disse que o valor pago foi abaixo do custo médio de outras refinarias na época. Cerveró foi o autor do relatório que, em 2006, embasou a compra da refinaria pela Petrobras, no Texas (EUA).

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– Não é verdade que a refinaria tenha custado US$ 42 milhões. Foi em torno de US$ 360 milhões. Junto com a refinaria compramos uma comercializadora. A grande parceria que se buscou com a Astra (Oil) foi o conhecimento do mercado americano. A refinaria, ao final de todo o processo, custou US$ 550 milhões, cerca de US$ 5,5 mil por barril, muito abaixo da média de aquisições na época – defendeu.

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Aos deputados e senadores, Cerveró disse que, em razão de mudanças no mercado energético dos Estados Unidos, o negócio passou a ter uma rentabilidade alta. Segundo ele, a produção de petróleo a partir do xisto betuminoso criou uma nova demanda pelo refino e que a situação não é “sazonal”, mas “um cenário de alguns anos para diante.”

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– Foi dito e divulgado que a refinaria (de Pasadena) era sucateada. Pelo contrário, ela hoje processa em sua capacidade máxima e atende à produção de gasolina demandada pelo mercado norte-americano – disse o ex-diretor, que sustenta a ideia de que o impacto da nova tecnologia nos EUA é similar à mudança de cenário que aconteceu no mercado brasileiro com a descoberta do pré-sal.

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O ex-diretor da área internacional da Petrobras externou que há mais de um ano a refinaria vem processando na capacidade máxima de 106 mil barris por dia.

– Pasadena hoje, nesse primeiro semestre, teve lucro liquido de quase US$ 80 milhões. Neste ano, somente, ela vai dar um lucro de US$ 150 milhões. O cenário de Pasadena é altamente favorável nós próximos anos – completou.

Cerveró também afirmou durante à CPI, que o ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa não participou da gestão da refinaria de Pasadena. Costa segue preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, e se tornou a principal testemunha das investigações da Operação Lava Jato.

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* Zero Hora, com agências