Os Jogos Olímpicos foram abertos oficialmente nesta sexta, dia 13, com um grande espetáculo no Estádio Olímpico de Atenas. A cerimônia trouxe os mitos da Grécia antiga de volta à vida através de recursos tecnológicos. Berço da civilização moderna, a Grécia também é berço dos Jogos Olímpicos que, depois de 108 anos, voltaram para casa. A audiência estimada do evento é de quatro bilhões de pessoas.

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Após a apresentação de um vídeo com imagens da Grécia no telão do estádio, músicos entraram em cena, tocando instrumentos de percussão gregos e dando início à cerimônia. No telão, a imagem de um percussionista grego passou a interagir com o músico presente no estádio. Os dois percussionistas interagiam, mudando o ritmo das batidas, acelerando o passo como um coração.

Um foguete foi atirado na água que cobria o centro do gramado (representando o Mar Egeu), acendendo os cinco anéis olímpicos. Uma criança num barco de papel estilizado flutuou através desse mar, levando uma pequena bandeira da Grécia. O hino nacional grego foi entoado por um coro masculino, e o símbolo oficial do evento apareceu novamente no telão.

Dando seqüência à cerimônia, um centauro, figura mítica da história grega, lançou um dardo iluminado, dando surgimento a uma alegoria de uma enorme máscara cicládica, primeira representação do homem em mármore. Ao som da sinfonia número 3 de Gustav Mahler, formas matemáticas foram projetadas nos pedaços desfeitos, revelando uma escultura de corpo humano por dentro.

Nos 18 fragmentos suspensos, apareceram imagens mostrando a diversidade étnica do mundo. Pousaram na água e ficaram como as ilhas gregas. A história da Grécia foi representada através da sua rica mitologia. Desde a Antigüidade até os dias de hoje.

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A celebração teve o maior esquema de segurança já montado na Europa em tempos de paz. O número de agentes de segurança em Atenas é sete vezes superior ao número de atletas. Guardada de longe por mísseis Patriot e vigiada do ar por helicópteros e aviões, a cerimônia reuniu competidores de um recorde de 202 países.

A delegação brasileira foi a 31ª a entrar no Estádio Olímpico, recebendo muitos aplausos. Os atletas desfilaram com bexigas nas mãos e de uniforme verde e branco, simbolizando as matas, segundo o Comitê Olímpico Brasileiro (COB). As mulheres vestiram saia e os homens, paletós verdes. O iatista Torben Grael, que já ganhou quatro medalhas olímpicas, carregou a bandeira brasileira.

– Por mais que você se prepare desde o dia em que sabe que vai ser o porta-bandeira, é uma emoção muito diferente. O estádio é lindo, é uma festa muito bonita – disse Torben, recordista brasileiro de medalhas (quatro) e participações olímpicas (seis).

O ex-presidente norte-americano George Bush, líder da delegação enviada por seu filho George W. Bush, compareceu acompanhado de sua esposa, Barbara. O primeiro-ministro britânico Tony Blair, maior aliado político de Bush, também estava nas arquibancadas.

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Terminado o desfile das delegações, a islandesa Bjork cantou Oceania, o hino dos Jogos de Atenas. A cerimõnia teve ainda a mensagem no telão dos astronautas russos e norte-americanos, da estação espacial MIR. Na seqüência, o presidente da Grecia, Costis Stéphanopoulos, abriu oficialmente os Jogos – sinos foram tocados.

Após o hasteamento da bandeira olímpica, atletas gregos fizeram uma peregrinação com a tocha pelo estádio. Ela chegou às mãos do velejador Nikolaus Kaklamanakis, que subiu as escadarias que levariam à pira. Como se viesse buscar o fogo olímpico das mãos do atleta, a pira desce e é acesa por Kaklamanakis. Com a festa de abertura encerrada, começa oficialmente a disputa.

Com informações da Reuters e do COB.