Os oito dias de apresentações do 29º Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau (Fitub) foram coroados com uma noite especial nesta quinta-feira, na cerimônia de encerramento que movimentou o Salão de Festas do Teatro Carlos Gomes. A celebração premiou os ganhadores de 11 categorias (veja abaixo os vencedores) e serviu de reconhecimento aos atores e grupos que se destacaram nas mais de 40 apresentações deste ano.
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Os espetáculos ocorreram na praça e nos auditórios do Teatro Carlos Gomes, em espaços alternativos da Furb e nas ações Teatro nas Escolas e Palco Sobre Rodas. Entre as mostras Blumenauense, Nacional, Ibero-Americana e espetáculos convidados, o 29º Fitub teve 22 espetáculos selecionados de 21 grupos diferentes.
A análise de cinco jurados _ Valmir Santos e Eduardo Kawamura, de São Paulo, Claudia Sachs, do Rio Grande do Sul, e os catarinenses Bárbara Biscaro e Pépe Sedrez _ definiu o vencedor da Mostra Nacional, que reunia oito espetáculos dos estados do Pará, Rio Grande do Norte, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Os grandes vencedores da noite, com dois prêmios, foram espetáculos de grupos de teatro da Universidade de São Paulo (USP). Corpus, Área de Silêncio, do Teatro Gomorra, faturou os prêmios de melhor espetáculo e melhor conjunto de atores. Já a peça Aos que vieram antes de nós, do 013 Coletivo de Teatro, conquistou as premiações de figurino e concepção sonora. Isso é um convite, do Coletivo Errante, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também foi responsável por dois títulos – melhor atriz (Rúbia Rodrigues) e melhor iluminação.
Já na Mostra Ibero-Americana, que tinha quatro espetáculos de Buenos Aires, a responsabilidade da premiação do espetáculo destaque foi do público, que ao final de cada peça avaliou as apresentações. Quem levou a melhor foi a companhia Ió me marsho, com o espetáculo Chicos, chicos.
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Emoção, encanto e despedida
O 29º Fitub marcou a despedida da atriz e diretora Pita Belli da coordenação do festival após 15 anos à frente da organização. A cerimônia de encerramento teve uma sessão especial de homenagens à reconhecida artista blumenauense. Pita faz uma avaliação muito positiva da última edição que ajudou a pôr em cena e se surpreendeu inclusive com as discussões sobre o atual momento político do país feitas pelos artistas e admiradores das artes cênicas.
Outro aspecto que chamou a atenção de Pita na última edição capitaneada por ela foi o domínio dos atores e diretores sobre o conteúdo apresentado e a variedade de temas.
_ O Fitub novamente permitiu uma troca entre várias vertentes do teatro, vários tipos de linguagem e, até por termos grupos de lugares muito distantes, diferentes formas de produção. De minha parte, sinto uma emoção enorme e saio com a sensação de ter feito o melhor para que esse festival conquistasse seu espaço e pudesse abraçar os estudantes e a comunidade _ despede-se Pita.
Futuro em novas mãos
A partir do próximo ano, Fabio Hostert assume a missão de manter o sucesso das edições do festival de teatro universitário. Sobre a edição deste ano, Fabio considerou um privilégio poder acompanhar de perto todo o processo, desde a seleção dos espetáculos, ao lado de Pita e da organização. Nos palcos, viu com olhares encantados as experiências proporcionadas pelo 29º Fitub.
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– Foi um festival de muita qualidade, que suscitou discussões muito pertinentes sobre nossa atual situação sociopolítica, a arte envolvida nisso e a questão das minorias estavam muito presentes em quase todos os conteúdos dos espetáculos e vieram à tona nas discussões. Foi muito enriquecedor – resume.
O legado de vivência teatral transportado de Pita para o Fitub é uma das grandes contribuições que ele evidencia do trabalho feito pela atual coordenadora. Cenário que faz a maior intenção do futuro coordenador ser manter as características atuais do festival e dar continuidade ao trabalho feito até aqui.
– Pita construiu um lugar muito concreto e que tem funcionalidade grande. Quero conversar com todos e fazer um trabalho de equipe. Vou entrar para manter o que a Pita construiu muito bem, e o que mudar vai acontecer naturalmente – projeta.