Depois de o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, declarar lei marcial no país nesta terça-feira (3), parlamentares da oposição se reuniram em uma reunião de emergência na Assembleia Nacional e votaram a suspensão do decreto. A Câmara estava isolada por uma barricada montada por militares.

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Alguns parlamentares precisaram passar pela barricada ao redor do prédio e tiveram até que pular pelas janelas para poderem participar da reunião, segundo a mídia sul-coreana. Segundo a lei do país, o presidente deve seguir a decisão de forma ágil.

Parte das tropas que estavam no prédio começaram a deixar o local depois da votação unânime. Outros afirmam que a lei marcial segue em vigor até que o próprio presidente a revogue.

Na noite de terça-feira, no horário local (fim da manhã em Brasília), o presidente Yoon Suk-yeol fez um discurso transmitido nacionalmente em que denunciou a oposição por usar a maioria na Assembleia Nacional para tentar derrubar membros do seu gabinete e bloquear a aprovação dos planos orçamentários de seu governo.

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Ainda, acusou a oposição de simpatizar com a Coreia do Norte e com as “forças comunistas”, que “atacam a liberdade” do país.

— Estou declarando lei marcial para proteger uma Coreia do Sul livre das forças comunistas norte-coreanas, eliminar as forças descaradas pró-norte-coreanas e anti-Estado que atacam a liberdade e a felicidade do nosso povo, e proteger a ordem constitucional livre. Eu reconstruirei e protegerei a Coreia do Sul da ruína e do desespero por meio da lei marcial — afirmou.

Nenhum presidente da Coreia do Sul havia declarado lei marcial desde o fim da ditadura militar no país, no final da década de 1980. O decreto que começou a valer às 23h (11h de Brasília) restringia atividades políticas, disseminação de “notícias falsas”, proibia manifestações e controlava as publicações da imprensa.

Como resposta, manifestantes foram às ruas e tentaram entrar na Assembleia Nacional aos gritos de “Abram a porta”. Ao longo da madrugada de quarta-feira (no horário local), os protestos seguiram, mesmo após a lei marcial ser derrubada pelo Parlamento. Contudo, agora os gritos dos manifestantes pedem pela renúncia e prisão de Yoon Suk-yeol.

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*Com informações de Estadão

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