Estudo da Fecomércio-SC revela que, em Joinville, em janeiro de 2013, havia 13.859 famílias inadimplentes. Em janeiro de 2014 o número subiu para 21.493, passando de 8,5% para 13,2% do total de famílias da cidade.

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Ainda segundo o estudo, o número das famílias que não têm condições de pagar as dívidas atrasadas também aumentou. Passou de 2.557, em janeiro de 2013, para 8.059, referente ao mesmo mês deste ano. apurou o colunista de Economia Claudio Loetz.

Formas de endividamento

O cartão de crédito está entre as formas de endividamento mais citadas em Joinville, com 45,6% das famílias dizendo que possuem dívidas com o cartão em janeiro de 2014. Em segundo lugar, aparece o financiamento de carro, com 34,6% em janeiro de 2013, e 28,6%, no mesmo período deste ano, seguido do cheque especial, com 8,4% há um ano, e 16,1%, em janeiro de 2014.

Para a Fecomércio-SC, o aumento no nível de endividamento das famílias de Joinville está de acordo com o atual cenário do crédito às famílias no Brasil, que continua crescendo, porém em taxas mais modestas.

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Apesar deste aumento dos endividados e do pequeno aumento dos inadimplentes, outros indicadores da PEIC ainda demonstram uma situação bastante segura no perfil do endividamento familiar.

O comprometimento das famílias, tanto em relação a sua renda quanto em relação ao tempo com dívidas, é ainda seguro, apresentando comportamento estável e sem tendência de elevação. O recurso a modalidades de crédito mais caras, como o cheque especial, ainda é restrito, mostrando segurança quanto ao peso do serviço da dívida.

Predominam entre os endividados, aqueles com percepção de que estão pouco endividados. Com isso, a capacidade de resposta das famílias da cidade a um novo impulso do crédito é muito grande, trazendo possibilidades de uma retomada mais forte do consumo caso a oferta de crédito volte a crescer.

Evolução do crédito no Estado

Na avaliação dos últimos quatro anos, em Santa Catarina, houve evolução do crédito. Em 2010, havia 61,7 famílias endividadas; em 2011, 88,8%; em 2012, 86,1%; e em 2013, ficou em 86,3%. Houve um grande salto no endividamento dos catarinenses, conforme os dados da PEIC. Isso aconteceu na passagem de 2010 para 2011.

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O crescimento é explicado pela recuperação da crise financeira mundial ocorrida no final de 2009 no Brasil e em Santa Catarina – ancorada na expansão do consumo baseado no crédito.

Após este salto, os anos de 2012 e 2013 foram de acomodação, com redução no percentual de famílias endividadas (86,1% e 86,3%, respectivamente).

Mudança de perfil nas dívidas

Além do endividamento em Santa Catarina ter crescido nos últimos anos, ele mudou bastante de perfil. Houve a evolução da participação do cartão de crédito: de 34,9%, na média de 2010, a média anual pulou para 59,7%, em 2013.

Também é importante ressaltar o crescimento até 2012 do financiamento de veículos e o posterior recuo, ressaltando o impacto do menor crescimento das vendas destes bens em 2013.

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As formas de endividamento mais caras, mais burocráticas ou menos cômodas como o cheque especial, o crédito pessoal e os carnês, tiveram uma queda expressiva de sua participação, todas suprimidas pela forte expansão e comodidade das compras no cartão de crédito.