Ao som de música pop, típico das baladas gays, a Parada da Diversidade de Florianópolis reuniu neste domingo uma multidão de 60 mil pessoas – conforme a Polícia Militar. Em sua sétima edição, a passeata se consolidou como uma das mais importantes do Brasil, se equiparando aos movimentos dos grandes centros urbanos: São Paulo e Rio de Janeiro. Isso porque Floripa se tornou a queridinha do público GLBTS – gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e simpatizantes.
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Confira a galeria de fotos da Parada da Diversidade
As belezas naturais e o povo mais aberto à diversidade sexual fazem a Capital catarinense ser bem procurada por gays de todo o Brasil, que vêm participar dos eventos voltados a essa gama da população e também para morar.
O Mister Gay Brasil 2012 Maurício Santiago, de 27 anos, é carioca e veio para Florianópolis há 10 meses para trabalhar como modelo. Ele confessa que vive melhor na cidade do Sul do país por se sentir bem recebido pelos florianopolitanos.
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– Aqui o preconceito é menor do que nos outros estados. O povo de Florianópolis é gentil, não ocorre tanta homofobia. No Rio, já passei por muitas situações complicadas, aqui não me deparei com nenhuma ainda – observa Santiago.
Para a drag queen Selma Ligth, que comandou o trio elétrico principal da parada, a qualidade de vida que Florianópolis proporciona aos homossexuais é o que atrai tanto esse público para a cidade. Além da bela natureza, é conhecida por ser bem tolerante.
– Aqui não se escuta falar em skinheads (grupo ideológico, que age contra judeus, gays, negros). A violência não é tão grande quanto em Porto Alegre e Curitiba. O manezinho é mais tolerante. Uma das provas é que o homossexual daqui se assume cedo, porque a família o aceita com mais facilidade – acredita Selma.
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O organizador da Parada da Diversidade, Audenir de Carvalho, aponta que, por outro lado, o público gay também cativa os heterossexuais em Florianópolis. O exemplo é a passeata que reúne pessoas sem distinção de sexualidade. Dos cerca de 60 mil participantes do evento – conforme contagem da Polícia Militar – parte eram de casais héteros, muitos deles acompanhados dos filhos.
Outra questão importante, lembrada por Carvalho, é que Florianópolis busca resguardar o direito dessa fatia da sociedade, tanto que é uma das únicas cidades do Brasil que conta com uma lei específica contra a homofobia. E isso é um grande diferencial para um país onde morrem três gays vítimas de violência por dia.