O leite materno ajuda na sobrevivência, saúde e desenvolvimento das crianças, protege contra infecções e doenças respiratórias. Também diminui as chances de diabetes tipo 2 e de obesidade. A amamentação está relacionada ainda com um melhor desempenho em testes de inteligência e ajuda inclusive na prevenção de doenças para a mãe, como câncer de mama e ovário. Apesar da lista já comprovada de benefícios, ainda há muitos desafios para que o Estado e o país alcancem o que é preconizado pela Organização Mundial da Saúde, que é a amamentação exclusiva até os seis meses de idade.
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Para reforçar ainda mais a importância de discutir esse tema, nesta semana está sendo realizado o 14º Encontro Nacional de Aleitamento Materno (Enam) e do 4º Encontro Nacional de Alimentação Complementar Saudável (Enacs) em Florianópolis. A abertura do evento ocorreu nesta segunda-feira à tarde no Parque de Coqueiros, com atividades culturais e amamentação coletiva. Cerca de 500 mães participaram da ação. Uma delas foi a enfermeira Lívia Minatel, com a pequena Maria Clara, de dois anos e dois meses. Ela conta que a amamentação prolongada ainda é muito estigmatizada e que um dos maiores desafios são os questionamentos dentro da própria família. Por isso é importante incluir os familiares nessa decisão e explicar os benefícios. Já a representante comercial Camila Schelemberg, de Florianópolis, teve de superar o medo de não poder amamentar em função da prótese de silicone, um dos muitos mitos relacionados à prática:
— Foi bem tranquilo, espero que continue assim e vou amamentar até quando ele quiser — diz, segurando Lorenzo, de quase quatro meses.
Em Florianópolis, o último levantamento realizado em 2008 mostrou que 52,4% das crianças até seis meses receberam apenas o leite materno. No Brasil, a taxa é ainda mais preocupante: 41%. Os desafios passam por atualização dos profissionais de saúde, garantir o direito da mulher de amamentar em público e no ambiente de trabalho e mais acesso à informação, apontam especialistas.

— Precisamos melhorar o acesso dessas mulheres ao pré-natal para que tenham conhecimento da importância da amamentação para a saúde da mulher e do filho — defende a assessora técnica da coordenação geral da saúde da criança e aleitamento materno do Ministério da Saúde, Neide Cruz.
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A nutricionista reforça que para aquelas mulheres que têm dificuldades de amamentar, é importante atacar as causas, que muitas vezes passam por manejo simples e básico de profissionais de saúde:
— Precisamos passar confiança para a mulher . Ela precisa ter apoio no lar e precisamos reforçar a importância do contato com o bebê na primeira hora para que se estabeleça a amamentação — acrescenta.