É com prazer que entregamos aos leitores esta edição especial do Caderno Vida & Saúde, em celebração ao Outubro Rosa – movimento que surgiu na Califórnia, nos Estados Unidos, em 1997, e espalhou-se pelos quatro cantos do mundo. O objetivo é intensificar durante todo o mês as ações relativas à saúde da mulher, especialmente as campanhas de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama – o mais temido pelas mulheres, independentemente da origem, cor ou condição social. Isso porque, além dos danos físicos, ele pode causar efeitos psicológicos que afetam a percepção da sexualidade e da autoestima.
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No Brasil são estimados cerca de 50 mil novos casos por ano de câncer de mama, com aproximadamente 10 mil mortes, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia. Os números poderiam ser bem menores, não fosse muitas vezes o diagnóstico tardio da doença. Apesar do grande avanço da medicina e do surgimento de novos medicamentos para combater o câncer de mama, os médicos afirmam que a mamografia é a medida diagnóstica mais
eficiente e recomendada. Neste exame – que pode ser realizado gratuitamente pelo SUS – é possível detectar lesões suspeitas antes mesmo do nódulo se tornar palpável.
Os médicos brasileiros têm tomado como conduta pedir a primeira mamografi a quando a mulher completa 40 anos, a não ser, é óbvio, que exista alguma suspeita da doença antes desta idade. Já a comissão de mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia recomenda que as mulheres assintomáticas – aquelas que não contam com nenhum indício de nódulos – façam a primeira mamografia, chamada de mamografia de base, aos 35 anos e repitam o exame a cada dois anos entre os 40 e 49 anos e anualmente a partir dos 50 anos.
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A mamografia preventiva permite o diagnóstico precoce de mais de 90% das lesões cancerosas e consequentemente a cura na maior parte dos casos.
Mas atenção: as filhas de mulheres que tiveram câncer de mama antes dos 50 anos devem começar a fazer mamografi a 10 anos mais cedo do que a idade em que a doença foi diagnosticada na mãe. Se uma pessoa teve câncer de mama aos 40, a filha dela deve começar a investigação aos 30 anos, explica o médico oncologista Marcelo Collaço Paulo.
Os exames, o acesso ao médico especialista e aos tratamentos de última geração, embora sejam um direito, ainda não estão acessíveis a todas as brasileiras. Desde maio deste ano, por exemplo, a cirurgia imediata de reconstrução mamária tornou-se lei, devendo ser feita no mesmo momento cirúrgico da retirada do câncer (mastectomia), em hospitais que fazem parte do SUS.
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Só que não é bem isso o que acontece na prática. As pacientes enfrentam muitas dificuldades para ter acesso ao procedimento, há filas de espera e inclusive falta de profissionais disponíveis para prestar o atendimento.
Por tudo isto, o tema escolhido para a Outubro Rosa desta ano é: Qualidade nos exames de diagnóstico, rapidez no acesso ao diagnóstico e no tratamento – Tempo certo e acesso à tecnologia de ponta no tratamento do câncer de mama metastático. Mais qualidade de vida e sobrevida. Ainda há um longo caminho a percorrer.