Eles ainda não sabiam se era um incêndio, uma explosão, também não sabiam se a fumaça que invadia suas casas era tóxica. A única certeza que tinham os moradores da região do acidente, como os bairros Paulas, Portinho e Centro, é que precisavam deixar as residências e os pertences para trás.

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Nas primeiras horas da madrugada desta quarta-feira, polícias, bombeiros e Defesa Civil passavam nas ruas para avisar: a evacuação era necessária. Primeiramente, os moradores que não tinham carro e que foram resgatados em ambulâncias, caminhões e vans pelas equipes de socorro, foram levados para o Colégio Santa Catarina, no centro.

A Escola Felipe Schmidt também recebeu os moradores. Mas a proximidade do local do acidente e o medo que a fumaça pudesse atingir estas pessoas mais uma vez, fez com que a Secretaria de Desenvolvimento Social e de Cidadania transferisse o ponto de abrigo para a Escola Claurenice Vieira Caldeira, no bairro Rocio Grande, ainda pela manhã. Esta escola esta localizada em um ponto mais distante e perto da rodovia BR-280.

No fim da manhã desta quarta-feira, já haviam 300 pessoas no local. Pela tarde, o número aumentou para 400, informou a secretária Marlice Maras. Os desabrigados foram recebidos pela equipe da secretaria, de voluntários, da Delegacia da Capitania dos Portos e pelo Exército, que veio de Joinville prestar apoio. A Marinha montou um posto de atendimento médico dentro do abrigo.

De acordo com o tenente e médico Thales Fretta, nenhum morador apresentava sintomas graves. Mesmo sem prejuízos aparentes à saúde saúde, a tensão e o medo ainda eram os temas das conversas entre os moradores e deixavam o clima no abrigo pesado.

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Durante a fila para o almoço que estava sendo servido a todos, uma briga entre uma mãe e o filho chamou a atenção. Autoridades tiveram que conversar com a mãe e com a criança, que estavam visivelmente nervosos. Por sorte, a equipe estava bem preparada. Um membro da Marinha abraçou o menino e tentou acalmar a mãe.