Nesta terça-feira (15), cerca de 30 milhões de pessoas foram confinadas na China após o país registrar o maior surto de casos de Covid-19 desde o início da pandemia. O governo obrigou a população a fazer testes em uma escala que não era observada desde o surgimento do vírus. Ao menos 13 cidades estão em confinamento total e outras adotaram fechamentos parciais.
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Segundo informou o g1, nas últimas 24 horas, o país registrou 5,2 mil casos de coronavírus – maior número de positivados em um dia desde a primeira onda da pandemia no país, no início de 2020. Os dados foram divulgados pela Comissão Nacional da Saúde (CNS).
Conforme os dados, apesar de ser o maior registro para a China em dois anos, em comparação a outros países, os mais de 5 mil casos é considerado relativamente baixo. A média de novos casos nos últimos sete dias no Brasil, por exemplo, é de 45 mil por dia. O país chines registrou o equivalente a 11% desse número.
Para a China, os dados batem de frente com a estratégia “Covid zero” adotada no país, por esse motivo os menores focos da doença são enfrentados com medidas severas.
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Com as restrições, o país conseguiu conter as infecções após a primeira onda da pandemia no fim de 2019 na cidade de de Wuhan, mas enfrentou recentemente vários focos vinculados à variante Ômicron. Nesta terça, pelo sexto dia consecutivo, o balanço de casos diários supera mil contágios. A província de Jilin, no nordeste do país, foi a mais afetada, com mais de 3 mil. A capital provincial, Changchum, com 9 milhões de habitantes está em confinamento total.
Impacto econômico
As medidas de fechamento foram adotadas por diversas fábricas no município de Jilin, entre elas a taiwanesa Foxconn, principal fornecedora da Apple. A Bolsa de Hong Kong registrou queda de 6,20% nesta terça, enquanto Xangai fechou em uma baixa de 4,95%. Voos domésticos que sguiriam de Pequim e Xangai foram cancelados.
“O recente surto de Covid e as novas restrições, em particular o confinamento em Shenzhen, pesarão sobre o consumo e causarão interrupções no abastecimento a curto prazo”, afirmou Tommy Wu, da Oxford Economics, em um comunicado.
Ele acrescentou que, com isso, será um desafio para a China atingir a meta oficial de crescimento econômico de 5,5% para este ano.
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O médico chinês Zhang Wenhong mencionou a possibilidade de flexibilização da estratégia “Covid zero” ante a variante Ômicron, mas admitiu que a curto prazo seria impossível aliviar os testes em larga escala e confinamentos.
Desde o início da pandemia, a China registrou quase 120 mil casos de covid e 4,6 mil mortes. A última vítima fatal da doença foi registrada oficialmente no início de 2021.
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