Mais de 2,6 mil crianças e adolescentes de Florianópolis correm o risco de ficar sem atendimento em programas sociais. São jovens que participam de projetos de inclusão social desenvolvidos por ONGs. Essas instituições vivem de doações espontâneas e de um convênio firmado com a prefeitura para pagamento de funcionários, alimentação e outras despesas.

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De acordo com Cintia Mendonça, coordenadora do Fórum de Políticas Públicas de Florianópolis, que congrega essas entidades, há alguns meses, a prefeitura vinha repassando o valor com atraso. Mas agora, segundo informações dos gestores, não há previsão de repasse.

— Se a prefeitura não cumprir com o convênio, milhares de crianças e adolescentes deixarão de ser atendidos, tornando-os ainda mais vulneráveis, comprometendo também a rotina familiar. Os pais que trabalham fora e deixam seus filhos nos programas estão seguros de que ali estão sendo bem cuidados — disse.

Segundo ela, a maioria vive vulnerável em áreas de risco, onde impera o tráfico de drogas e todas as formas de violência.

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Conforme o secretário da Fazenda, André Bazzo, por causa da crise, as secretarias acabam priorizando alguns convênios, e muitas vezes outros ficam desassistidos.

— Eu preciso manter a folha dos servidores em dia e a Comcap funcionando. Com o dinheiro curto a gente tem que escolher prioridades — explica o secretário.

Nelson Matos Gomes, membro da equipe da transição, explica que a nova equipe ainda não tem um panorama do que são esses convênios.

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— A intenção logicamente é dar continuidade, mas não temos essa radiografia pronta. Fizemos algumas solicitações, mas as demandas ainda não foram respondidas — informa.

Para tentar resolver o problema e evitar o fechamento dos programas sociais, o fórum fará uma reunião com todas as entidades nesta quarta-feira, às 13h, no Auditório do CIEE. A situação também está sendo encaminhada ao Ministério Público.