A estreia da exposição “Cicatrizes – Pequenas Colunas de Mulheres Que Não Mais Se Permitem a Ferida”, da ceramista Diomedes Niebuhr será nesta sexta-feira (19), a partir das 19h na Casa da Cultura Municipal Nésia Melo da Silveira, no Centro Histórico de São José. O projeto cultural tem entrada gratuita e é realizado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), por meio do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – Edição 2023.
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A exposição da catarinense já passou por Joinville e agora terá sua estreia em São José. Diomedes utiliza como temática as cicatrizes presentes em todas as mulheres, intercaladas por textos poéticos que trazem reflexões a partir dessas marcas internas e externas, transformando o projeto em algo que transcende a arte.

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O local escolhido para a estreia da exposição relaciona com o projeto, já que Nésia, que dá nome à Casa da Cultura, foi a primeira ceramista registrada no Estado de Santa Catarina, além de ser uma das protagonistas na luta pela cultura de São José.
Falecida em 23 de julho de 1994, Dona Nésia trabalhou 48 anos na fabricação de peças de olaria e foi a introdutora do boi-de-mamão, pau de fita, orquestra de sapos e presépios de natal em argila na região.
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Com esculturas produzidas por uma artista septuagenária, que começou sua carreira como aluna de cerâmica após os 65 anos, a 9ª exposição de Diomedes Niebuhr é composta por 10 esculturas. Elas apresentam, tanto por meio delas quanto de poemas escritos a partir delas, reflexões sobre as diferentes cicatrizes que permeiam a trajetória feminina.
O público tem a oportunidade de fazer uma imersão nas obras expostas com elementos táteis além de papéis que, escritos por eles e deixados numa urna chamada de “Caixa das Cicatrizes”, passam a fazer parte do contexto expográfico para a produção de uma nova obra. Chamada de in loco pela artista, no último dia de exposição Diomedes irá queimar os escritos e, misturando suas cinzas à argila, surge uma nova escultura.
Ativa, Diomedes Niebuhr encontrou no conceito do “feminino” inspirações para criar seu universo de argila, e encontrou nas diversas cicatrizes femininas a temática que, segundo ela, “promoverá uma pausa na correria para a observação daqueles cortes simbólicos perante recortes tão grandes feitos nas mulheres em toda a sua trajetória histórica”.
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A exposição em São José encerra no dia 20 de maio, segunda-feira, com a performance in loco da ceramista.
Quem é Diomedes Niebuhr
A ceramista Diomedes Niebuhr nasceu em Ascurra, no Vale do Itajaí, no ano de 1948. Reside em Joinville desde 1961, e de 2016 até o momento vem estudando desenho, anatomia, história da Arte e cerâmica na Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, em Joinville.
Num constante processo de pesquisa tanto acadêmica quanto empírica, mantém em movimento seu olhar atento e sensível a calibrar mãos e dedos que esculpiram essas mulheres expostas.
Diomedes Niebuhr se tornou ceramista em 2016, momento em que inicia os estudos da Escola da Artes Fritz Alt, em Joinville. Dedicou décadas de sua vida à educação, mas hoje é totalmente dedicada às artes.
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