A partir de março, Joinville ampliará a capacidade de atendimento a pacientes com câncer com a abertura de um Centro de Oncologia construído por uma operadora de planos de saúde, a Unimed. O prédio, situado ao lado do hospital particular da Unimed, foi inaugurado oficialmente na noite de 25 de janeiro, e nos próximos dois meses o Centro Oncológico receberá os últimos detalhes enquanto espera a liberação da Comissão Nacional de Energia Nuclear para dar início às atividades. A expectativa é de que pelo menos 300 atendimentos possam ser realizados todos os meses na unidade de saúde, assumindo, principalmente, demandas que ainda não são realizadas na cidade. Todos os meses, cerca de 150 pacientes de Joinville precisam se deslocar para outras cidades para fazer algum tipo de tratamento que a cidade não oferece.

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Além de passar a oferecer estes serviços, o Centro de Oncologia também permitirá diagnósticos com exames mais avançados. Atualmente, Florianópolis é a referência tanto para o sistema público quanto privado de saúde. No caso do SUS, o Hospital São José de Joinville oferece quimioterapia e radioterapia via acelerador linear, mas, para outros serviços, é necessário contratar atendimento terceirizado ou encaminhar para o Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) na Capital. Os atendimentos via plano de saúde e particulares ocorrem em hospitais de Florianópolis e de outras cidades da região, como Blumenau, Jaraguá do Sul e Curitiba.

— O paciente de câncer já está fragilizado, ele lida com uma carga social e emocional muito grande. No caso da radioterapia, é um tratamento prolongado, são quatro a seis semanas nas quais o paciente precisa ficar se deslocando para outras cidades todos os dias — comenta o oncologista e vice-presidente da Unimed Joinville, Edson Sydney de Campos.

Ele salienta que, além de beneficiar os pacientes que não precisarão se deslocar para outras cidades durante o tratamento, aqueles que precisarem de internação poderão ficar em Joinville e realizar estes exames e tratamentos no prédio anexo ao hospital. O oncologista frisa que, com o aumento da expectativa de vida, investimentos nesta área são importantes para a cidade, já que cerca de 70% das doenças oncológicas ocorrem após os 60 anos. Ela é a segunda maior causa de mortes no mundo e, em alguns países, já se tornou a primeira.

Com a inauguração do centro de oncologia em Joinville, o objetivo é que a cidade torne-se uma referência para a região, com a vinda de pacientes de outras cidades para realizarem tratamento no local. Nenhum outro hospital da Unimed em Santa Catarina, no Paraná e no Rio Grande do Sul, por exemplo, oferece radioterapia dentro da unidade, apenas em convênio com outros hospitais particulares. Só em Joinville, há 86 mil clientes conveniados ao plano de saúde.

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— O centro de oncologia é completo, inclusive com serviço de PET/CT. O paciente ia para Blumenau ou para Curitiba para este exame, que é tomografia específica para oncologia — diz o presidente da Unimed Joinville, Ênio Rieger.

O PET/CT, que leva este nome pela combinação entre os termos emissão de pósitrons e tomografia computadorizada, é um equipamento de medicina nuclear que utiliza marcadores radioativos que, injetados no paciente, avalia alterações metabólicas no organismo, mostrando o tamanho do tumor e se houve metástase (espalhamento pelo corpo) de forma mais precisa. O exame, na rede particular, é de alto custo, podendo chegar a R$ 3.500. Também na área de diagnóstico, o centro oferecerá exame por cintilografia e tratamentos por radioterapia externa via acelerador linear e braquiterapia, um tipo de radioterapia interna utilizado, principalmente, para câncer de colo de útero.

EXPECTATIVA É GANHAR 21 LEITOS

Além do setor de medicina nuclear, o primeiro piso do Centro de Oncologia terá consultórios e cabines individuais para as sessões de quimioterapia. Para o segundo piso, serão transferidos os setores administrativos, as salas de aula e o auditório, liberando espaço no prédio do hospital para novas alas.

Os dois pisos superiores do novo centro serão usados como estacionamento. Desta forma, a expectativa é de que, em até cinco anos, a unidade hospitalar ganhe 21 leitos, além de dez específicos para UTI, o centro cirúrgico tenha mais quatro salas e seja criado um centro obstétrico no último andar. O investimento total para a construção, iniciada em 2013, foi de cerca de R$ 95 milhões. Destes, 30% foram financiados pelo BNDES. Uma parcela também foi em convênio com a empresa GE Healthcare, para a aquisição dos equipamentos do PET/CT.

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Atualização: A matéria informava que o serviço de cintilografia era inédito na cidade, mas o serviço já era oferecido na rede particular. A informação foi corrigida.