Dois movimentos antagônicos protagonizaram duas manifestações no Centro de Joinville, na tarde deste sábado. De um lado, a “Marcha pela Família em Defesa da Vida, da Liberdade e da Democracia, contra o Comunismo” atraiu simpatizantes na praça da Bandeira. Do outro, o “Ato pela Liberdade – Ditadura nunca mais” contou com a participação de pessoas de diversos grupos sociais, na praça Dario Salles.

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A concentração das duas marchas teve início às 15 horas. Manifestantes de ambos os movimentos usaram carros de som, megafones, faixas e cartazes para expor suas opiniões. No entanto, o protesto foi marcado por confusões depois que o grupo contra a Ditadura Militar foi para a praça da Bandeira, ao lado do terminal central de ônibus.

Enquanto a passeata a favor da intervenção militar utilizava um carro de som para ressaltar seus pedidos, os manifestantes, que realizavam o ato pela liberdade, expunham suas opiniões gritando em coro.

A fisioterapeuta Dete Franz, 52, colocou uma peruca verde-amarela e uma blusa amarela para deixar claro o quanto é patriota. O desejo dela é de que ocorra uma intervenção militar para que os políticos corruptos deixem o poder. Segundo ela, um provérbio bíblico resumo o objetivo da marcha: “quando o justo governa, o povo se alegra”.

Por outro lado, o estudante de história Jeferson Luiz Freitas, 25, disse que não entende como ainda existem pessoas que queiram conviver com a Ditadura Militar. Ele é favor da democracia.

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– Se hoje não houvesse democracia, as pessoas não teriam a liberdade de fazer manifestações, pois seriam, no mínimo, espancadas – disse.

Os manifestantes pelo Ato da Liberdade fecharam a rua 15 de Novembro, ao lado da praça da Bandeira, por alguns minutos. Assim como eles, o grupo da Marcha da Família também interditou a rua rua Nove de Março. Em seguida, os dois movimentos seguiram em caminhada pelas ruas do Centro.

A Marcha da Família foi deflagrado em todo o país no dia 19 de março de 1964 contra o governo João Goulart e voltou à cena neste sábado em várias cidades do País, coordenadas por grupos ligados à reserva militar.