Um centro de formação de parteiras em Jalalabad, uma das cidades mais conservadoras do leste do Afeganistão, foi alvo, neste sábado (28), de um ataque, que de acordo com um primeiro balanço oficial fez três feridos.
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As vítimas foram levadas para o hospital. Segundo várias testemunhas, o ataque ainda não terminou e, três horas após o início, os tiros continuavam a ser ouvidos.
“O ataque foi dirigido contra o nosso centro de formação de parteiras”, declarou o porta-voz da secretaria de saúde provincial, Inamula Miakhil, depois que vários moradores relataram explosões na área.
De acordo com o porta-voz do governador da província de Nangarhar, Attaula Khogyani, “as forças de segurança cercam o perímetro e entraram no recinto para neutralizar os agressores”.
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O porta-voz explicou que 57 pessoas, incluindo estudantes, professores e funcionários administrativos, que estavam no prédio “estão em segurança, mas ainda faltam dez”.
Uma primeira explosão ocorreu às 11h30 (04h00 de Brasília) e, “até o momento, três feridos foram levados para o hospital, várias parteiras receberam cuidados”, acrescentou.
Testemunhas explicaram à AFP que ouviram várias explosões, seguidas de tiros. Ehsan Niazi, que estava na secretaria do Trabalho e Assuntos Sociais, localizado em um edifício próximo ao centro de formação, viu fumaça saindo do prédio e várias ambulâncias.
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“Após a primeira explosão, ouvi outras três e vi três atacantes na rua que leva ao centro de formação”, explicou.
Outra testemunha que não quis se identificar disse ter ouvido tiros. “Eu ouvi disparos e vi vários assaltantes colocando minas” para impedir a aproximação dos socorristas e das forças de segurança. “As forças afegãs estão desativando as bombas para avançar”, acrescentou.
A formação de parteiras é essencial no Afeganistão, onde, segundo dados da Unicef, apenas 45% das mulheres recebem assistência médica durante o parto.
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A taxa de mortalidade infantil melhorou consideravelmente nos dez anos seguintes à intervenção americana em 2001 para derrubar o regime talibã.
Mas, desde então, este quadro tem se agravado pela falta de pessoal qualificado e estruturas de saúde em áreas remotas ou inseguras, diz a USAID, a agência de desenvolvimento dos Estados Unidos e um dos principais doadores do país.
Em 2015, a taxa de mortalidade infantil foi de 396 mortes para cada 100.000 nascimentos, em comparação com mais de 1.600 estimados em 2002. No entanto, vários observadores questionam estes números, porque a Unicef não tem acesso a várias áreas.
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A cidade de Jalalabad, capital do leste do Afeganistão e na província de Nangarhar, é uma das mais conservadoras do país e alvo de ataques do Talibã ou do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
O último atentado ocorreu em 11 de julho contra um prédio que abriga a secretaria de Educação. A operação, que ainda não foi reivindicada, deixou pelo menos onze mortos.
Na véspera, um ataque suicida do EI contra um comboio dos serviços de informação afegãos deixou 12 mortos, a maioria civis, que morreram em um incêndio em um posto de gasolina causado pela explosão.
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* AFP