A rua Borba Gato, número 685, é sede de atendimento de dois serviços de referência do SUS de Joinville que atendem pacientes oriundos de 255 dos 293 municípios catarinenses. Um dos serviços é chamado de Núcleo de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Labiopalatinas e o outro é o de Reabilitação aos Portadores de Deficiência Auditiva, que compõe o Centrinho Prefeito Luiz Gomes. A excelência de atendimento é uma das marcas desse serviço reconhecido em todo o Brasil, que completará 23 anos na próxima quarta-feira.
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Para garantir atendimento aos pacientes com fissura labiopalatina, no horário das 7 às 13 horas, e aos pacientes com deficiência auditiva, das 13 às 19 horas, o Centrinho mantém uma estrutura com 73 funcionários. A equipe interdisciplinar atua nas áreas de cirurgia plástica, pediatria, otorrinolaringologia, neurologia, serviço social, fisioterapia, enfermagem, psicologia, genética, fonoaudiologia, todas as especialidades odontológicas, incluindo técnicos de laboratório de prótese e uma equipe administrativa.
O serviço que atende pacientes com fissura labiopalatina realiza mensalmente uma média de 1200 atendimentos e ainda recebe 40 novos casos de pacientes.
– O que diferencia o Centrinho é que acolhemos pessoas de todas as regiões, de todas as classes sociais, com histórias e dificuldades de vida inimagináveis. Geralmente, os pacientes iniciam o tratamento ainda quando são recém-nascidos, mas já tivemos casos de usuários que só nos conheceram quando adultos ou até idosos -, destaca a coordenadora e funcionária do local desde que o serviço foi criado, Jacirema Bentes.
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Para a coordenadora, um dos grandes problemas é o preconceito que as pessoas com lesão labiopalatina e seus familiares enfrentam rotineiramente. Segundo ela, a reabilitação emocional e a integração social são tão importantes quanto a reabilitação física e funcional, feita através da cirurgia e do tratamento ambulatorial.
– A nossa missão é resgatar a autoestima desses pacientes oferecendo a eles um tratamento de qualidade, para que todos possam ter uma vida saudável e não se sentirem diferentes.
Sessenta cirurgias de lábio, palato, enxerto ósseo e otorrinolaringológicas são realizadas a cada mês pelos profissionais. Os procedimentos ocorrem no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, que disponibiliza o centro cirúrgico. O Centrinho já atingiu a marca de 3.500 pacientes que já receberam atendimento ou ainda recebem acompanhamento.
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– A fissura labiopalatina exige um acompanhamento ambulatorial constante. Costumamos dizer que o paciente daqui só recebe alta quando ele completa 18 anos, em função das mudanças físicas causadas pelo crescimento. Caso ele volte a ter algum transtorno estético, funcional ou psicossocial, depois de adulto, ele volta a ser atendido normalmente pelos nossos profissionais -, garante Jacirema, que já teve a oportunidade de conhecer centenas de pacientes que frequentam o Centrinho há anos.
Já o Serviço de Atenção à Saúde Auditiva (Sasa) do Centrinho atende mensalmente 200 novos casos de suspeita de deficiência auditiva e adapta 70 novos aparelhos auditivos. Ana Luísa Molz, uma das sete fonoaudiólogas desse serviço, destaca que, em função do aumento de tempo de vida da população, a demanda pelo serviço só tende a aumentar.
– A partir dos 60 anos de idade é normal que a pessoa comece ter perda da audição e, consequentemente, necessite de atendimento do profissional e do aparelho que compense a audição perdida-, explica.
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Ana destaca que o Sasa está credenciado no Ministério da Saúde há sete anos. O serviço foi criado com o objetivo de fazer a avaliação diagnóstica e de oferecer próteses auditivas a pessoas com essa necessidade exclusivamente encaminhadas pelo SUS. Nesse período, cerca de 6 mil pessoas com suspeita de deficiência auditiva receberam atendimento.
Jacirema completa que o Centrinho é mantido pela Prefeitura e também recebe apoio da entidade Profis, que usa doações financeiras para prestar serviço de assistência social aos pacientes e familiares.