A limitação do número de centrífugas, que Teerã agora quer desenvolver, está no centro do acordo nuclear iraniano de 2015, que os Estados Unidos decidiram abandonar em maio.
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O acordo nuclear, alcançado em Viena após doze anos de crise entre o Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido), mais a Alemanha, tinha como objetivo impedir que o Irã conseguisse adquirir a arma atômica, em troca de um levantamento parcial das sanções internacionais.
– O que é uma centrífuga –
As centrífugas são as máquinas que enriquecem o urânio transformado em gás, girando-o a uma velocidade muito alta, permitindo o aumento da proporção de material isotópico físsil (U-235) para diferentes usos.
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O urânio em seu estado natural contém 0,7% de U-235. Enriquecido entre 3,5 e 5% é usado para reatores nucleares, 20% para uso médico e 90% para uma bomba.
– Redução das capacidades nucleares –
No acordo de Viena, Teerã se comprometeu em reduzir suas capacidades nucleares (centrífugas, estoque de urânio enriquecido …) por vários anos.
O objetivo era tornar quase impossível para o Irã fabricar uma bomba atômica, mas assegurando a Teerã, que nega qualquer objetivo militar, o direito de desenvolver uma indústria nuclear civil.
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Conforme o acordo, o Irã reduziu a 5.060 o número de centrífugas em operação para o enriquecimento de urânio (contra 10.200 no momento da assinatura do acordo) e se comprometeu a não exceder esse número por 10 anos.
Teerã também concordou em modificar seu reator de água pesada de Arak, sob o controle da comunidade internacional, de forma a impossibilitar a produção de plutônio para uso militar nesta instalação.
Essas medidas aumentaram o “breakout time”, ou seja, o tempo necessário para fabricar uma bomba atômica, em um ano, em comparação com de dois a três meses, quando o acordo foi assinado.
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– Capacidades aumentadas –
Na segunda-feira, o Irã notificou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que monitora regularmente suas instalações nucleares, sobre um plano para aumentar sua capacidade de enriquecer urânio, aumentando o número de suas centrífugas.
O vice-presidente iraniano, Ali Akbar Salehi, diz que, ao fazê-lo, Teerã “não viola o acordo”.
A produção de centrífugas “não significa que começaremos a montagem de centrífugas” para o seu uso, assegurou.
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* AFP