A Central de Regulação de Internações Hospitalares que começa a ser implantada em Itajaí nasce com a pretensão de auxiliar na organização dos leitos hospitalares do SUS disponíveis na região e com isso desafogar as unidades mais lotadas. Caso o sistema funcione conforme o previsto, um dos principais beneficiados deve ser o hospital Marieta Konder Bornhausen de Itajaí, onde a ocupação mensal de internações gerais é de 93%.
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O projeto da central foi apresentado nesta terça-feira à tarde às direções dos hospitais. Depois disso, começa a fase de capacitação dos profissionais envolvidos no sistema para que o serviço possa estar funcionando em agosto deste ano.
As centrais de regulação já existem para as regiões de Joinville e Grande Florianópolis, por exemplo, e são uma orientação do Ministério da Saúde. A ideia consiste em criar um banco de dados com informações sobre os leitos SUS disponíveis nos hospitais de Itapema, Camboriú, Balneário Camboriú, Itajaí, Navegantes, Penha e Luís Alves.
Com base nisso será possível recambiar pacientes de uma unidade hospitalar para outra sem prejuízo ao tratamento. Essas transferências serão feitas por ambulâncias dos municípios, Samus, pelos veículos dos hospitais ou por ventura até em carro particular em casos menos complexos, com a garantia de vaga.
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– Um paciente que faz cirurgia no Marieta poderá ser transferido para um leito de retaguarda, desobstruindo um leito de um hospital de resolubilidade. Isso dinamiza os leitos da região e garante que exista essa vaga à espera do paciente – explica o gerente regional de saúde Arnaldo Schmitt Neto.
Inicialmente a central de regulação de Itajaí terá atendimento 12 horas por dia com o apoio da central de Joinville. Mas a intenção é de que o funcionamento seja 24 horas com 24 atendentes e 10 médicos divididos em turnos.
Os médicos trabalharão auditando as transferências para justamente determinar qual unidade deve receber determinado paciente conforme a necessidade, segundo Arnaldo Schmitt Neto. Os hospitais também terão que disponibilizar profissionais para serem capacitados para preencher e atualizar os cadastros de vagas.
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– Um hospital não sabe o que o outro tem naquele momento e acaba não absorvendo uma demanda – diz.
A central de regulação de Itajaí vai funcionar junto da Gerência de Saúde no Centro. Os servidores do Estado lotados na gerência é que trabalharão no remanejamento dos leitos. O local possui 40 servidores que se dividirão em turnos de seis horas na central.
A administração do hospital Marieta de Itajaí – referência na região e com uma média mensal de internações de 1,5 mil (somando SUS, particular e convênio) – informou na manhã desta quarta-feira não ter conhecimento sobre como vai funcionar a central. No entanto, a unidade já conta com um sistema de regulação de leitos de UTI centralizado em Florianópolis.
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Com a criação da central de regulação regional, o levantamento de todos os leitos disponíveis pelo SUS ficarão a cargo de Itajaí. Os atendentes da central também terão autonomia para consultar outras centrais próximas como Joinville e podem ainda recorrer a Florianópolis em caso de falta de leitos. A previsão é de que quando a central estiver instalada atenda 580 mil habitantes de 11 municípios.