As centrais sindicais marcaram para o dia 11 de julho uma greve geral em todo o país, numa onda de mobilização batizada pela categoria como Dia de Luta. O motivo será pressionar a presidente Dilma Rousseff a dar mais atenção à pauta trabalhista entregue ao governo em março deste ano. A decisão foi tomada durante uma reunião realizada nesta terça-feira com as lideranças dos sindicatos em São Paulo.

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A onda de paralisações é vista pelos sindicalistas como um preparativo para uma grande marcha prevista para agosto, em Brasília, e cuja data ainda vai ser discutida pela classe.

– Queremos o cumprimento dessa pauta histórica da categoria, que está nas mãos da presidente desde antes de ela ter sido eleita e que infelizmente ela não cumpriu – afirmou o deputado Paulinho da Força, presidente da Força Sindical.

Os sindicalistas vão se reunir na manhã de quarta-feira com a presidente Dilma, em Brasília, para reforçar as principais reivindicações da categoria que estão na pauta. São basicamente seis pontos que vão ser reforçados: maior investimento em saúde e educação, aumento de salários, redução de jornadas de trabalho, apoio à reforma agrária, fim do fator previdenciário e transporte público de qualidade.

No encontro, Dilma foi elogiada por alguns líderes sindicais pela proposta que ela fez na segunda de um plebiscito que autoriza a instauração de uma Assembleia Constituinte para fazer a reforma política. Um deles foi o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, que negou que o anúncio de Dilma faça com que a classe não vá “com a faca nos dentes” no encontro desta quarta.

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– A CUT sempre teve a faca entre os dentes. O que acho importante nessa questão do plebiscito é que precisamos aprofundar esse debate. Ele é contraditório e tem algumas falhas – afirmou Freitas.

Mas depois de críticas de juristas, políticos e especialistas, o Palácio do Planalto deu sinais de recuo hoje.