As centrais sindicais criticaram o corte de 11% para 10,5% da taxa básica de juros anunciado nesta terça-feira pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). A direção nacional da Força Sindical considerou “tímida e insuficiente para animar o setor produtivo” a diminuição de 0,5 ponto porcentual na Selic.

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Em comunicado assinado pelo presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, a Força destacou que “o baixo desempenho da economia é resultado da política econômica, que tem mantido os juros em patamares proibitivos para o setor produtivo”.

– O Copom perdeu uma ótima oportunidade, neste início de ano, de sinalizar positivamente para o setor produtivo, gerador de emprego e renda, sobre a importância de a economia ser estimulada – salientou o dirigente sindical.

A Contraf-CUT também classificou como a redução no juro básico como “insuficiente para reaquecer a economia brasileira e estimular o crescimento do país de forma sustentável com desenvolvimento e distribuição de renda”.

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– Apesar da redução, o país ainda mantém o posto de campeão dos juros altos. Enquanto a Europa e os Estados Unidos vivem o agravamento da crise, a saída para o Brasil é o fortalecimento da produção e do mercado interno e o Estado deve comandar este processo induzindo o desenvolvimento com corte drástico dos juros e ampliação das políticas públicas – defendeu o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, em nota divulgada pela entidade.

Para ele, a queda de 0,5% na Selic traz uma economia de cerca de R$ 8,5 bilhões na dívida pública, mas o ganho podia ter sido maior se a redução tivesse sido mais expressiva. Segundo Cordeiro, o Brasil precisa “estabelecer condições que garantam a continuidade do ciclo de desenvolvimento econômico, inclusive como antídoto para proteger a economia de qualquer problema que possa advir da crise europeia”.