Em uma tarde quente em Macau, centenas de galgos esperam amontoados em minúsculas jaulas de concreto do canódromo, fechado há uma semana, à espera de que se aplique um plano para salvá-los, anunciado para esta sexta-feira (27).

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Voluntários de todos os cantos da antiga colônia portuguesa do sul da China se encarregam de lavá-los e passear com eles diariamente.

O Canódromo Club está deserto desde seu fechamento, em 21 de julho, mas 533 galgos continuam vivendo lá, no que era o único estabelecimento dedicado às corridas de cães legal na Ásia.

Quando ainda havia corridas, os cães feridos não eram curados. A cada ano até 300 eram abatidos por estarem doentes ou serem considerados muito velhos para continuar competindo, lembram grupos de defensa dos direitos dos animais.

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O Canódromo Club abriu suas portas em 1931. Seu fechamento foi uma vitória para os grupos de defesa dos cães, muito críticos há anos com o tratamento infligido aos animais.

Mas a empresa que administrava o local, Yat Yuen, não encontrou famílias de adoção para todos os galgos, apesar de que as autoridades lhe deram dois anos para preparar o fechamento.

O governo do território é muito crítico com a atual situação e teve que intervir.

Acusando a Yat Yuen de irresponsável, ameaçou a empresa com fortes multas por ter abandonado os cachorros, um desafio lançado pela proprietária, Angela Leong, quarta esposa do deputado e pioneiro dos cassinos de Macau, Stanley Ho.

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Finalmente Yat Yuen parece ter cedido à pressão e anunciou nesta sexta-feira um projeto conjunto com a ONG Anima, associação local de defesa dos animais. A iniciativa espera agora receber a autorização do governo de Macau.

Os cachorros viverão no canódromo por dois meses, a cargo da empresa, antes de serem transportados a um abrigo renovado, onde todos os que não forem adotados poderão ficar.

A Anima se encarregará da instalação e do processo de adoção.

Angela Leong “se comprometerá economicamente” com o centro, segundo o comunicado publicado pela instalação, que não fornece cifras.

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“Esperamos poder ajudar a realocar todos os galgos, esperamos que encontrem uma família e estejam em segurança para o resto de suas vidas”, aponta Zoe Tang, membro do conselho de administração da Anima.

* AFP