Embora o número de fazendas de produção agrícola familiar em Santa Catarina tenha caído 9% nos últimos 11 anos, a agricultura familiar ainda responde por mais da metade (50.7%) da produção do campo catarinense, colocando SC na quinta posição do quesito no Brasil. O destaque está na nova edição do Censo Agro divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (25), com dados coletados em todos os municípios do país em 2017.

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A pesquisa traça um raio-x do universo rural brasileiro e traz detalhes interessantes sobre Santa Catarina. Trata-se de um Estado com produtores rurais entre os mais idosos do país (a maioria tem entre 45 e 65 anos) e com a maior taxa de alfabetização do Brasil, com 96,95% dos produtores alfabetizados.

Conforme o Censo, o valor total da produção agropecuária no Estado foi de R$ 20,48 bilhões em 2017, o 9º melhor resultado do país. O maior valor ficou com a produção de soja (27,9% do total), com R$ 2 bilhões, seguida pelo milho, que representou 20%, e do fumo (19,4%). O arroz, com 10,1%, e a cebola com 2,7% completam a lista dos cinco principais produtos de Santa Catarina. Em 37 mil fazendas (20,2%) a produção agropecuária tinha como finalidade o consumo próprio, um número abaixo da média nacional de 40,4%.

No período analisado pelo Censo, Santa Catarina foi o quarto maior produtor nacional de leite, com 2,81 bilhões de litros, equivalente a 9,3% do total do Brasil. O Estado tem também o maior número de suínos do país — são mais de 8,4 milhões de cabeças —, com um crescimento de 28,5% em relação ao censo de 2006. Ainda na pecuária, SC tem o terceiro maior efetivo de galinhas, galos, frangos e pintos, e lidera o Brasil no número de produtores de ostras, vieiras e mexilhões — um mercado que no país depende em 79% de Santa Catarina.

Conforme o IBGE, a pesquisa aponta para caminhos que devem nortear as políticas públicas para o campo. Cenários de envelhecimento do produtor, grande participação familiar e a grande dependência do fumo nas pequenas lavouras são fatos conhecidos mas que, agora, possuem dados precisos atualizados.

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Entre as cidades que despontam na produção agrícola, a pesquisa destaca Campos Novos e Mafra na produção de soja e milho, Itaiópolis e Canoinhas no fumo, Forquilhinha e Meleiro no arroz e Fraiburgo e Frei Rogério no alho. Na lista aparecem também produtos em ascensão que passaram a ganhar espaço relevante na produção catarinense na última década, como o maracujá produzido no Sul do Estado e a pitaia, frutos que surgem de parcerias da Epagri com pequenos produtores.

— Como empresa a gente entende que tem que valorizar as cadeias consolidadas de Santa Catarina mas também buscar novas opções, alternativas para o produtor. É o nosso papel público de pesquisar e trazer outras culturas viáveis para trazer renda para o produtor rural catarinense — aponta a presidente da Epagri, Edilene Steinwandter.