O Censo 2022 teve início com características inéditas em relação às pesquisas demográficas anteriores do país, nesta segunda-feira (1º). As novidades envolvem tanto parte dos temas que passarão a ter dados consolidados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quanto o próprio método de execução do levantamento.

Continua depois da publicidade

Receba notícias do DC pelo Telegram

Em relação às temáticas, esse será o primeiro estudo demográfico em 150 anos de história de recenseamentos no Brasil, que são coordenados pelo IBGE desde 1940, a identificar o número de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) no país.

A novidade já era esperada desde 2019, quando foi sancionada a Lei 13.861, que prevê a obrigatoriedade do autismo ser investigado por censos populacionais. O tema será alvo de perguntas apenas do questionário ampliado, que será aplicado por amostragem e a cerca de 11% dos domicílios visitados pelo Censo — os demais vão responder ao questionário básico, que tem 26 perguntas, e não 77 perguntas, como é o caso do maior.

A pesquisa demográfica deste ano também será a primeira a identificar a população quilombola do Brasil. Serão levantados o número de quilombolas e a quais comunidade eles pertencem. Isso ainda permitirá que os dados deste grupo sejam desagregados e comparados ao restante da população, conforme divulgou o IBGE.

Continua depois da publicidade

Ainda em relação aos povos tradicionais, o Censo 2022 terá também de maneira inédita o questionário de abordagem em agrupamento indígena, a ser aplicado junto às lideranças de cada comunidade. A ideia é ter com ele um retrato socioterritorial de cada aldeia, com dados de infraestrutura e hábitos, por exemplo, para aprimorar a aplicação do questionário domiciliar no local e basear eventuais adaptações metodológicas dele.

Quanto ao método de execução da pesquisa, esta será a primeira em que os recenseadores vão usar smartphones na coleta dos dados. O censo anterior, de 2010, já havia sido o primeiro totalmente digital do mundo, mas se valia de computadores de mão para isso, que tinham até um formato semelhante ao de um celular.

A mudança ainda que aparentemente simples permitirá agora uma outra novidade: as informações coletadas em cada domicílio pelos recenseadores serão enviadas diretamente de cada smartphone, desde que ele tenha sinal de internet ou acesso a uma conexão de wi-fi, a dois megacentros de dados do IBGE, um no Rio de Janeiro e o outro em São Paulo. Isso vai permitir acelerar o processo.

“As equipes nas unidades estaduais e na sede, no Rio de Janeiro, já podem avaliar o conteúdo e eventualmente solicitar uma correção. O gerenciamento da coleta passa a ser em tempo real, inclusive do deslocamento do recenseador pelo monitoramento das coordenadas”, escreveu o IBGE, ao detalhar a novidade.

Continua depois da publicidade

No Censo 2010, o material registrado em cada dispositivo móvel de coleta (DMC) precisava ser descarregado no computador do posto de coleta mais próximo, que fazia a transmissão dos dados para a sede do IBGE ao menos uma vez por dia. 

O processo de coleta agora com o smartphone ainda vai passar, também de maneira inédita, a registrar as coordenadas de cada domicílio visitado e associá-las ao CPF do morador entrevistado, o que, segundo o IBGE, dará segurança a pesquisas futuras.

O celular na mão de cada recenseador ainda terá, além dos aplicativos elaborados pelo IBGE para realizar a pesquisa, o WhatsApp. O instituto diz que outras aplicações, como de música, jogos ou streaming, estarão bloqueadas para uso no aparelho.

Leia mais

Concursos públicos em SC: veja vagas abertas em agosto, salários e como se inscrever

Continua depois da publicidade

Fila para cadastro em benefícios tem 3 mil pessoas e demora até 6 meses em Florianópolis