A menos de cinco meses do prazo para a definição das candidaturas, o cenário pré-eleitoral em Florianópolis segue em aberto. Nos bastidores, os partidos conversam, mas a principal incógnita é saber se o prefeito Dário Berger (PMDB) e o governador Raimundo Colombo (PSD) estarão na mesma trincheira ou em lados opostos da disputa.
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Desde o final do ano passado, ganha força as especulações sobre uma chapa com César Souza Júnior (PSD) e João Amin (PP) como vice, já que as conversas entre os dois partidos são consideradas avançadas. Como partido recém criado, o PSD tem problemas práticos para resolver como, por exemplo, tempo para a propaganda eleitoral na TV. A amarração com um partido forte como o PP resolveria esta questão, além de se tratar de um antigo aliado e poder ajudar na composição de uma nominata mais robusta para a Câmara de Vereadores.
O PP tem como principal nome a ex-prefeita Angela Amin, que lidera as pesquisas já publicadas. Mas a derrota na disputa pelo governo em 2010, fez com que passasse a defender a construção de uma aliança mais ampla, o que facilitaria uma aliança com César Souza Júnior. No caso de não fechar questão com o PSD, o PP mantém conversas também com outros partidos, como PSDB. DEM e PCdoB.
A proximidade do PSD e PP, que praticamente acaba com as chances da reedição da tríplice aliança na Capital, irritou o prefeito Dário Berger, que considera o acordo uma “traição”, já que o PP é seu principal adversário político. Dário chegou a conversar com Colombo para pedir a intervenção do governador para fechar uma aliança do PMDB com o PSD, o problema é saber que abriria mão da cabeça de chapa. O PMDB tem como pré-candidato o secretário municipal Gean Loureiro, que lançou seu nome, no mês passado, em um ato na casa do vice-governador Eduardo Pinho Moreira. O gesto teve como objetivo acabar com as especulações em torno da candidatura do peemedebista.
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Junto com Gean, dentro do próprio PMDB municipal já circularam como possíveis candidatos os nomes dos secretários Rodolfo Pinto da Luz (Educação), Vinícius Lummertz (Turismo) e José Carlos Rauen (Desenvolvimento Urbano). Além disso, eram crescentes as especulações sobre a possibilidade do partido abrir mão da candidatura em uma composição com o PSD. No entanto, Gean deu uma demonstração de força durante o ato de lançamento da candidatura, levando 40 pré-candidatos a vereador pelo PMDB e com apoio fechado do PDT, PTB e PHS.
No campo das esquerdas, um nome de destaque é o da deputada estadual Angela Albino (PCdoB), que mantém conversas com os partidos da base aliada do governo federal. Com a experiência da eleição municipal passada, Angela Albino sabe que precisa de uma coligação forte para dar suporte a sua candidatura. O PT é o alvo principal, mas os comunistas têm canais abertos também com PR, PRB e até com o PP. O PT, por sua vez, chegou a ter quatro pré-candidatos (José Frisch, Milton Mendes, Márcio de Souza e Ricardo Baratieri) e marcou prévia para o final de janeiro.
Com a desistência de três lideranças, Baratieri é o único pré-candidato no momento, mas a tendência é que a sigla aposte em uma composição. As lideranças afirmam que estão mantendo aberto o leque de alianças, principalmente em conversas com o PCdoB e PMDB.
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Correndo por fora estão o vice-prefeito João Batista Nunes (PSDB) e o empresário Doreni Caramori (DEM). Nunes filiou-se ao PSDB no passado como o nome do partido para disputar a Prefeitura. Os tucanos de Florianópolis garantem que o partido lança chapa própria, mas a sigla é cobiçada tanto pelo PSD, como o PMDB e PP. Caramori também se filiou ao DEM no ano passado e é uma das apostas para reestruturar o partido depois da saída das principais lideranças para fundar o PSD. O presidente da Acif foi lançado como pré-candidato, mas é possível que o DEM acabe fechando alguma aliança, já que o partido é cobiçado pelo PP, PSDB e PMDB.
Em busca do sucessor
A eleição deste ano pode ser considerada vital para o projeto político do prefeito Dário Berger. Bancando uma candidatura e fazendo o sucessor, Dário praticamente se firma como o nome do partido para a disputa do governo em 2014. Saindo derrotado, o prefeito enfrentará uma resistência muito maior, principalmente pelo fato de ter que amargar dois anos sem mandato. Por isso, a tendência é que Dário aposte todas as suas fichas neste projeto, destacando realizações como os elevados da Seta e Rita Maria e a experiência com as policlínicas.
Tirando o time de campo
As costuras políticas para a eleição na Capital estão sendo acompanhadas de perto pela cúpula nacional do PT. Vendo o diretório municipal encaminhar-se para uma prévia, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), chamou o vereador Márcio de Souza para uma conversa em Brasília e este acabou tirando o nome da disputa. No início da semana, Ideli esteve em Florianópolis, quando se encontrou com Eduardo Pinho Moreira e Dário Berger.
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A série de reportagens
No ano em que os eleitores voltarão às urnas para decidir os futuros prefeitos, os partidos começam a se articular para lançar candidatos que caiam no gosto das comunidades e agradem as alianças formadas para alavancar as candidaturas.
O Diário Catarinense lança uma série, de domingo a quarta-feira, sobre os atuais cenários políticos nos 20 maiores colégios eleitorais do Estado.
A ideia é dar um panorama dos possíveis arranjos que influenciarão as campanhas em 2012.