* Por Silvana Pires

Pela primeira vez na história temos o início de um programa eleitoral esquizofrênico. O PT aproveitou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em cima do lance para estrear com o Lula a todo vapor, como se fosse candidato. Fernando Haddad aparece, fica claro que aos poucos assumirá a titularidade da chapa, mas o final de semana foi do ex-presidente. A defesa do petista alegou que não teve tempo de trocar os programas, por isso as rádios veicularam propagandas com Lula como candidato e Haddad como vice. Já na TV, o foco principal ficou em torno de perseguição política e de que o PT irá recorrer da decisão do TSE que rejeitou a candidatura. Com isso, a chapa de Haddad e Manuela D’Ávila (PCdoB) não foi ainda apresentada, em uma clara intenção de deixar o cenário confuso para o eleitor inclinado a votar no petista. A decisão sobre o futuro da chapa deve ser tomada hoje em Curitiba, quando Haddad se reúne com Lula na carceragem da Polícia Federal para definir os próximos passos. A decisão de manter Lula já está sendo questionada no TSE. Os partidos Novo e PSDB entraram com ações alegando que foi descumprida a decisão do Tribunal de que Lula não é candidato. Esse é apenas o começo de uma das eleições mais imprevisíveis dos últimos tempos.

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Sem ataque

Henrique Meirelles vê em Jair Bolsonaro o principal adversário para avançar ao segundo turno. A aposta é que a outra vaga ficará com o PT. Ainda assim, o ex-ministro da Fazenda não atacará o candidato do PSL no horário eleitoral. A expectativa é de que o ônus seja arcado por Geraldo Alckmin (PSDB), que já começou a pesar a mão contra o capitão.

Desculpa

O argumento do presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE) para cancelar as sessões da semana passada foi por água abaixo. A pauta dos próximos dias conta com 21 itens para serem analisados e todos já estavam na Casa. A desculpa para cancelar as sessões foi de que o Senado dependia de matérias pendentes da Câmara. A realidade é uma só: eles estão focados nas campanhas à reeleição.

Um dia só

A situação da Câmara não é muito diferente. Apesar de ter convocado os deputados para estarem em Brasília de segunda a quarta-feira, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) só marcou sessões de votações para terça-feira. Com um feriado pela frente, a probabilidade do quórum ser baixo é grande.

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