A obra prima do escritor colombiano Gabriel García Márquez, Cem anos de Solidão, foi “traduzida” em estilo policial por membros da polícia do bairro de Nezahualcóyotl, na Cidade do México.

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“Muitos alfas depois, diante do grupo que faz 44, o coronel Aureliano Buendía fazia 60 de uma tarde remota em que seu progenitor lhe faz 26 a 62 o gelo (tradução literal)”, diz o início da versão inédita do texto.

A obra do Nobel de Literatura foi traduzida em 35 idiomas, mas esta é a primeira vez que o texto assume a linguagem policial. O vereador do bairro, Bautista López, disse que “é uma maneira lúdica e diferente de se aproximar desta obra”, em um ato em que entregou cópias da tradução a 1,3 mil policiais como parte do programa Literatura Sempre Alerta.

De acordo com López, militante do Partido da Revolução Democrática (PRD, esquerdista), o programa para incentivar a leitura entre os policiais é “um método de sensibilidade humana que tem contribuído nos últimos anos para que se tenha um corpo de segurança pública capaz, eficiente e humano”.

Ao apresentar o romance no 40º aniversário de sua publicação, o escritor Benito Taibo mostrou-se surpreso por estar rodeado de policiais “leitores”. Taibo confessou, em tom de brincadeira, que a última vez em que havia estado entre policiais “eu falava enquanto eles me pegavam”.

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No evento, o comandante da Polícia local, Juan Meléndez, leu o primeiro capítulo: “Macondo, disse, era um 22 habitacional de vinte 94 de barro e cano nove, construídas na margem de um rio de águas transparentes que fazia 26 por 22 de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos” (tradução literal).