O jogador Celsinho, do Londrina, acusou um membro da equipe do Brusque de racismo durante jogo da Série B do Campeonato Brasileiro deste sábado (28). Segundo ele, uma pessoa que estava no camarote do estádio Augusto Bauer teria o chamado de “macaco” no primeiro tempo da partida.
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No intervalo, o meia do time paranaense chamou o quarto árbitro e relatou o ato de racismo, inclusive apontando e identificando a pessoa no camarote do clube catarinense. Em entrevista ao SporTV, Celsinho desabafou sobre o caso.
– É lamentável, ainda mais se tratando de um ato desses mais uma vez. É inadmissível. Uma equipe de porte médio baixo, recém promovida a uma Série B de Campeonato Brasileiro, cometendo um ato desses. É inadmissível, mas as providências serão tomadas – afirmou.
Celsinho ainda criticou o número de pessoas presentes no camarote do Augusto Bauer durante a partida. O meia disse que não entende o motivo para tantas pessoas estarem no local, sendo que os estádios não estão liberados para torcedores em razão do protocolo contra a Covid-19.
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> Brusque pede desculpas por nota sobre racismo e chama comunicado de “infeliz”
Ato de racismo registrado na súmula
A arbitragem registrou a denúncia de racismo de Celsinho na súmula da partida, assinada pelo árbitro Fábio Augusto Santos Sá Júnior, os assistentes Cleriston Clay Barreto Rios e Daniel Vidal Pimentel, além do quarto árbitro Evandro Tiago Bender. Veja o que foi colocado em súmula:

“Por volta dos 45 minutos do 1º tempo, o atleta do Londrina, Sr. Celso Luis Honorato Júnior informou ao quarto árbitro que foi ofendido com as seguintes palavras: ‘vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha’, por um homem na arquibancada, que foi identificado pelo coordenador da CBF, sr. Ricardo Luiz, como Julio Antônio Petermann, staff da equipe do Brusque. Informo ainda que o referido atleta, juntamente com o diretor de futebol da equipe do Londrina, sr. Germano Cardozo Schweger, estiveram na porta do vestiário da arbitragem, após o término do jogo e confirmaram o relato acima”, diz o documento.
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Jogador é alvo de racismo pela terceira vez
O meia Celsinho já foi alvo de ofensas racistas em outras duas vezes na Série B deste ano. Em 17 de julho, um narrador e um comentarista da Rádio Bandeirantes de Goiânia (GO) usaram palavras como “cabelo pesado”, “negócio imundo” e “bandeira de feijão” para descrever o cabelo do jogador, que estava em campo em jogo contra o Goiás. Os profissionais pediram desculpas nas redes sociais e foram afastados pela emissora.
Seis dias depois, em 23 de julho, o Londrina enfrentou o Remo e o jogador foi ofendido mais uma vez. Um narrador da Rádio Clube do Pará disse que Celsinho iria bater na bola com “seu cabelo meio ninho de cupim”. Ele também pediu desculpas pelo comentário e foi afastado pela emissora.
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