Professor e escritor, Celestino Sachet está com 92 anos e dedica a vida à valorização da literatura e história dos catarinenses. Atualmente produz mais duas obras, com lançamento planejado para março de 2023. Natural de Nova Veneza, a família o enviou para estudar na Capital quando era adolescente. Na graduação, cursou a tradicional Faculdade de Direito e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
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Seguiu carreira acadêmica em Literatura e em Filosofia da Educação com especialização na Bélgica, doutorado no México e pós-doutorado em Portugal. Poliglota, é fluente em espanhol, francês, italiano, latim e galego.
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A literatura aliou paixão e trabalho. Começou a lecionar Letras na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Também deu aulas na Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e na Universidade do Estado de Santa Catarina(Udesc), onde foi reitor durante seis anos. Em Formosa (Argentina) e Açores (Portugal), recebeu convite para atuar como professor-visitante.
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Na sala de aula – o lugar encantado, como se refere – e nos livros, contribuiu para valorizar a literatura e história dos catarinenses, preservando a memória de sua gente e dando visibilidade aos usos e costumes, às paisagens naturais e construções locais, aos fatos ocorridos na região. Ao lado do irmão Sérgio Sachet, também comandou o programa na televisão “Santa Catarina: 100 anos de história”, com exibição diária de dezembro de 1996 a 1999.
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Como escritor, iniciou com crônicas em jornais. Não se recorda quantos livros escreveu, conta quase 30 e todos redigidos à mão, um prazer que ainda mantém. Recebeu prêmios literários e tornou-se titular da Academia Catarinense e da Joinvilense de Letras.
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Em 1969, lançou o primeiro título, “Antologia dos Autores Catarinenses”. Dez anos depois, publicou “A Literatura de Santa Catarina”, uma obra de 291 páginas em capítulos como “A literatura de Blumenau”, “A literatura de Chapecó”, entre outros. O autor relata que um crítico literário de periódicos nacionais questionou a ousadia em classificar desta forma a criação literária. Mas não se intimidou. Reorganizou e ampliou o trabalho para 740 páginas divididas em dois volumes sob o título “A Literatura dos Catarinenses – Espaços e Caminhos de uma Identidade”, lançado em 2012.
Há três anos, publicou edição mais extensa com quatro volumes em 1.469 páginas. Além de toda a pesquisa que já havia feito e o conhecimento acumulado ao longo de décadas no magistério e como escritor, consultou as editoras e percorreu livrarias e sebos das diversas regiões do Estado. A obra se tornou referência com amplo panorama literário desde os primeiros escritos na região de Santa Catarina até a atualidade.
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São apresentados 2.743 autores. Sem se limitar à classificação tradicional em escolas literárias ou gêneros, Celestino Sachet apresenta a literatura dos catarinenses sob novas perspectivas.
*Texto de Gisele Kakuta Monteiro
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